Colômbia e Estados Unidos fecham acordo militar
Marcelo Rech, de Washington
O ministro da Defesa da Colômbia, Gabriel Silva, esteve na capital norte-americana para fechar o acordo militar que o seu país negocia com os Estados Unidos.
Silva se reuniu com funcionários da Agência Central de Inteligência (CIA), da DEA, órgão responsável pelo combate antidrogas, com parlamentares democratas e republicanos e também esteve com o Assessor de Segurança Nacional do presidente Barack Obama, Jim Jones, e com o vice-secretário de Estado, James Steinberg.
No entanto, o encontro mais importante se deu com o Secretario de Defesa, Robert Gates, no Pentágono. Segundo ele, o acordo pode se tornar público ainda nesta sexta-feira em Bogotá.
Nesta quinta-feira, ele estará na Flórida onde se encontra com o general Douglas Fraser, chefe do Comando Sul, responsável pela 4ª Frota.
Ainda em Washington, Gabriel Silva explicou que a ajuda econômica dos Estados Unidos representa mais de 4% do orçamento da Defesa da Colômbia.
“A única forma de se combater de forma eficaz o crime transnacional, o narcoterrorismo, e a inseguridade que tanto afeta a América Latina nos dias de hoje, é a cooperação entre todos os povos, sem exceção”, afirmou.
Em relação às polêmicas geradas por conta do acordo militar, Silva foi taxativo: “Não tem nenhuma conotação, nem geopolítica nem estratégica que não seja a luta contra o narcotráfico e o narcoterrorismo”.
Gabriel Silva destacou que a Colômbia tem esse tipo de cooperação com 87 países, entre eles Espanha, Afeganistão, Peru, Paraguai, Guatemala e México.
O país também investe no treinamento de 1.500 policiais mexicanos de um total de 10 mil.
“Não tem porque existir uma confrontação o impossibilidade de compatibilizar a cooperação com outros países, porque essa é uma obrigação de todos os países que firmaram convenções internacionais”, afirmou Silva.
Armamentismo
O ministro da Defesa da Colômbia criticou a compra de armas na América do Sul e qualificou de “desnecessária” a corrida armamentista que o seu país enxerga na região.
A exemplo do que já fez o Peru, a Colômbia criticou os gastos militares em detrimento de investimentos no desenvolvimento e na luta contra a pobreza.
Polêmica
Em Bogotá, o presidente Álvaro Uribe descartou submeter o acordo militar a ser assinado com os Estados Unidos, ao Congresso colombiano.
Na semana passada, o Conselho de Estado recomendou que o texto seja submetido ao Legislativo e à Corte Constitucional.
Para o governo colombiano, a implementação do acordo seria atrasada uma vez que o país se prepara para as eleições legislativas e presidencial.