Empresas brasileiras atuam na Costa Rica em obras de infraestrutura
Marcelo Rech, especial de San José, Costa Rica
Brasil e Costa Rica mantêm relações diplomáticas desde 1906, mas o comércio bilateral atingiu o seu ápice apenas em 2010 quando as trocas atingiram quase US$ 700 milhões. Atualmente, empresas como Andrade Gutierrez, OAS e a estatal Eletrobrás, prospectam negócios e obras no istmo.
O comércio bilateral hoje é de US$ 200 milhões, mas há, segundo funcionários do governo costa-riquenho, um potencial enorme pela frente. A Andrade Gutierrez, por exemplo, participou das obras de reforma e modernização do aeroporto internacional Juan Santamaría e participa hoje de sua operação com a norte-americana Houston Airport Systems.
Já a OAS tem um escritório na capital San José embora o seu principal contrato para a construção de uma rodovia tenha sido cancelado pela ex-presidente Laura Chinchilla por denúncias de superfaturamento. A imagem da OAS junto à população do país é péssima.
As denúncias envolvendo as obras da rodovia Bernardo Soto entre San José e San Ramón motivaram diversos protestos em quase todo o país e obrigou a então presidente a cancelar o contrato em rede nacional de televisão.
A empresa brasileira foi ressarcida com o pagamento da multa prevista. Tudo para evitar um escândalo maior. O ex-presidente Lula ainda tentou reverter a decisão tanto com Chincilla como com seu sucessor, o presidente Luís Guillermo Solís.
Já a Eletrobrás realiza estudos de viabilidade para a construção da hidrelétrica de Reventazón, no rio homônimo. Caso o projeto saia do papel, esta será a maior hidrelétrica do país e a segunda da América Central, com a geração de 300 MW de energia.
A Costa Rica é o principal parceiro comercial do Brasil na América Central e um dos poucos da América Latina com superávit comercial. Já o Brasil é o 4º destino das exportações costa-riquenhas atrás de Colômbia, Chile e Venezuela, na América Latina. Em termos globais, somos o 33º.
Por outro lado, o Brasil é o 6º maior fornecedor da Costa Rica, atrás dos Estados Unidos, China, México, Japão e Venezuela. O Brasil exporta principalmente equipamentos para a produção de energia eólica e importa componentes eletrônicos.
A comunidade brasileira na Costa Rica soma 1.250 pessoas incluindo alguns jogadores de futebol.