Entre os dias 13 e 27 de agosto, a Venezuela realizará uma série de exercícios militares com a presença de forças e equipamentos do Irã, Rússia e China. As operações estarão concentradas na cidade de Barquisimeto, capital do estado de Lara, oeste da Venezuela.
No total, os exercícios contarão com a presença de representantes de 37 países, entre os quais, Argélia, Bielorrússia, Vietnã, Índia, Cazaquistão, Uzbequistão e Mianmar. Os exercícios são conhecidos como jogos do Exército e são liderados por Moscou. É a primeira vez que um país sul-americano sedia esse tipo de operação.
Os exercícios ocorrem poucos dias após o encerramento da Panamax 2022, organizada pelo Comando Sul do Exército dos EUA e que contou com a participação de 19 países, entre os quais, o Brasil, que teve um general de brigada como o comandante terrestre dos exercícios.
Apesar de ser visto como uma provocação aos EUA, os jogos de guerra não implicarão a transferência de equipamentos militares para a Venezuela. Trata-se, por outro lado, de uma iniciativa que envia uma mensagem clara a Washington, com uma demonstração de força e interoperabilidade a cerca de 2 mil km de sua costa.
Moscou, Pequim e Teerã, têm uma aliança militar consolidada desde 2019. Anualmente, os três realizam esses exercícios e, agora, buscam implementá-los na América do Sul, também como forma de mostrar como os EUA têm perdido influência em seu quintal.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: Venezuelan Presidency / AFP