Nesta quarta-feira, 14, a Câmara Americana de Comércio com o Brasil (AMCHAM), entregou ao futuro governo, um documento com várias propostas que, segundo a entidade, devem ser implementadas nos primeiros 100 dias da futura gestão.
No mesmo dia, em Washington, o Senado dos EUA aprovava, após quase um ano de bloqueio, o nome da diplomata Elizabeth Frawley Bagley, para ser a nova Embaixadora norte-americana no Brasil. A decisão ocorre poucos dias após o conselheiro de Segurança Nacional, Jack Sullivan, ter-se reunidos com o presidente eleito em Brasília.
Também na quarta, o futuro chancele, Mauro Vieira, anunciou que Lula viajará à Argentina em janeiro e, ainda no primeiro trimestre, aos EUA e China. José Dirceu que está em Havana, Cuba, acertando a retomada das relações com a ditadura de Díaz Canel, tem sido um dos interlocutores do Brasil com os EUA.
Propostas
O documento da AMCHAM, foi entregue ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, e aos coordenadores dos grupos técnicos de economia, indústria e comércio exterior, meio ambiente, relações exteriores, ciência, tecnologia e inovação, entre outros.
Para a entidade, que congrega todas as principais empresas dos dois países, os primeiros 100 dias “representam um momento valioso para organizar as prioridades de gestão do novo governo e estruturar os meios para a sua implementação. Trata-se de uma janela oportuna para encaminhar medidas que permitam promover a estabilidade econômica e a melhoria do ambiente de negócios, bem como compromissos com o meio ambiente, a maior inserção internacional e a transformação digital do Brasil”.
No total, são 25 as propostas específicas, construídas em conjunto com o setor empresarial, tendo como referência o documento mais amplo de sugestões sobre o futuro do Brasil, divulgado pela entidade neste ano no âmbito das eleições presidenciais.
“Concluída a disputa eleitoral, é hora de focar na construção de soluções para fazer frente aos desafios mais prementes do Brasil. As sugestões de 100 dias apresentadas pela AMCHAM trazem ações concretas para estimular um novo ciclo sustentável de crescimento do país”, explicou o vice-presidente Executivo da entidade, Abrão Neto.
As ações estão reunidas em cinco áreas: ambiente de negócios, meio Ambiente, relações Brasil-EUA, comércio internacional e transformação digital. O documento traz, ainda, outras sugestões de medidas que podem ser adotadas de cara, como a apresentação de uma proposta de Reforma Tributária sobre o consumo; o reforço na atuação dos órgãos de comando e controle para o combate ao desmatamento, queimadas e garimpo ilegais; a aprovação de uma legislação para um mercado de carbono regulado no Brasil; um encontro entre os dois presidentes, ainda no primeiro semestre de 2023; a negociação de um acordo para evitar a dupla tributação entre os dois países; a coordenação das ações governamentais nas áreas de comércio exterior e meio ambiente; e a ratificação dos acordos de comércio entre MERCOSUL-UE e MERCOSUL-EFTA.
Diplomacia
Após 11 meses, o Senado dos EUA, finalmente liberou a veterana diplomata Elizabeth Frawley Bagley, para chefiar a Embaixada do país no Brasil. Ela foi indicada em janeiro deste ano e recebeu 11 votos a favor e 11 votos contrários em sua sabatina. A Casa Branca decidiu manter o nome de Bagley e, passadas as eleições legislativas, conseguiu finalmente aprová-lo.
Ela foi Conselheira Sênior da Secretária de Estado Madeleine Albright entre 1997 e 2001 e serviu como Embaixadora dos EUA em Portugal de 1994 a 1997.
Advogada especializada em comércio e direito internacional, Bagley foi professora adjunta de Direito na Universidade de Georgetown, em Washington, até janeiro de 1993. Também foi assessora diplomática na campanha presidencial de Bill Clinton e Al Gore.
Antes, na administração de Jimmy Carter, atuou como assessora legislativa do Departamento de Estado. Foi, ainda, assistente especial do Embaixador Sol Linowitz para os Acordos de Camp David, de 1978. Elizabeth Bagley nasceu em 13 de julho de 1952, em Elmira, Nova York.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: IrishCentral