Em fevereiro, o ex-senador e enviado especial da Casa Branca para o Clima, John Kerry, esteve no Brasil para, supostamente, conversar com a ministra do Meio Ambiente, sobre o apoio norte-americano ao Fundo Amazônia. Desde 2019, a UE bate nessa tecla e um tratado de livre comércio foi paralisado em condenação ao Brasil.
Os EUA, a França, a Alemanha, o Canadá e a Austrália, países que arderam em chamas há pouco tempo, escondem, por outro lado, a hipocrisia do politicamente correto. O Brasil possui um arcabouço legal de preservação ambiental que nenhum deles se atreve a aprovar.
Ainda assim, fomos taxados como os vilões ambientais e a pecha pegou.
Agora, governo novo, vida nova, velhas estratégias. Os grandes veem oferecer esmolas em troco do acesso a um subsolo riquíssimo. Embora muitos, aqui no Brasil mesmo, digam o contrário, essa é a verdade por trás da farsa climática. Kerry veio atrás de cobalto, níquel e lítio.
A senhora Margrethe Vestager, veio fazer o mesmo, em que pese o papo furado em defesa do meio ambiente e blá, blá, blá. Ela veio dizer que o TLC, congelado em Bruxelas, agora é prioridade e deve ser ratificado com celeridade. O que ela não disse é que a EU está desesperada por minerais críticos.
Essa foi a pauta, a única pauta que a trouxe à região. Em sua passagem por Chile, Colômbia e Brasil. A Europa quer se permitiu depender do gás russo, quer livrar-se da dependência chinesa. Uma das visitas de Vestager, por exemplo, foi à uma das diversas minas no Chile, principal produtor de lítio para a UE, de onde é importado 60% do total anual.
Não por acaso, em dezembro, a UE e o Chile anunciaram um acordo para atualizar seu pacto comercial. “Pensamos no Chile como um parceiro estratégico”, disse ela à época. Curiosamente, a reaproximação com esses países dá-se quando os três são governados pela esquerda. Pode não ser nada, mas pode ser alguma coisa também.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: Um só planeta – Globo