O Estados Unidos, através do Departamento de Estado e de sua Embaixada em Brasília, não aceitou a indicação do ex-Diretor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Janer Tesch Hosken Alvarenga, para atuar no país como Adido de Inteligência. Procurada, a ABIN informou que “não tem posicionamento a manifestar sobre o tema”.
O Ministério das Relações Exteriores recomendou que procurasse a ABIN. Já o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), ao qual a ABIN está subordinada, ignorou os pedidos de informação, assim como a representação diplomática norte-americana no Brasil e o chefe da estação da CIA no país, que também não quis falar sobre o assunto.
Janer chegou a viajar para os Estados Unidos de mudança e por mais de um mês, bancou a própria estadia, da esposa e dos filhos que também foram matriculados numa escola. Uma casa foi alugada, mas o visto de trabalho nunca chegou. Ele se apresentou ao Embaixador Nestor Foster, de quem recebeu a recomendação de manter os cuidados necessários de trabalho até que a situação estivesse completamente regularizada junto ao governo norte-americano, o que não aconteceu e ele foi obrigado a retornar ao Brasil.
Vários deputados consultados, estranharam o fato e consideram levar o assunto para discussão pela Comissão Mista de Acompanhamento das Atividades de Inteligência (CCAI), do Congresso Nacional. Há ainda, a previsão de que, em algum momento, seja apresentado um requerimento de informações exigindo que o MRE, o GSI e a ABIN esclareçam a situação. Neste caso, nenhum deles poderá negar.
Marcelo Rech 17/04/2020