A decisão da Argentina de abandonar as negociações futuras de acordos comerciais dentro do MERCOSUL e o seu recuo posterior, tem gerado muitas incertezas dentro do bloco. A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) também está preocupada.
“Apesar de seus problemas, o MERCOSUL é bom comercialmente para as indústrias brasileiras e gaúchas, pois é o principal bloco para as exportações de manufaturados. Muitas pequenas e médias empresas mantêm estratégia de internacionalização regionalmente e o MERCOSUL resulta na melhor opção”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. Atualmente, cerca de 700 empresas gaúchas exportam para a Argentina.
Petry revelou que o relacionamento bilateral é “muito relevante para a economia do Rio Grande do Sul e deve ser preservado”. Segundo ele, mais de 9% das exportações gaúchas no ano passado foram para o MERCOSUL, sendo 55% para a Argentina, país que terminou como o quarto principal destino das exportações do Estado, totalizando 5,07% de tudo que o RS vendeu.
“Com este anúncio, é natural que haverá maior esforço do Brasil para entrar em negociação com os Estados Unidos e com o Japão, ambos de altíssimo interesse para o nosso país”, reforçou Petry, reiterando ser fundamental que essa decisão não afete outros acordos em andamento, como o automobilístico, prorrogado até junho de 2022, e que representa cerca de 50% do comércio Brasil e Argentina.
Marcelo Rech – 05/05/2020