MERCOSUL fecha negociações com Singapura e cúpula sente ausência de Bolsonaro

por | jul 21, 2022 | 11h

MERCOSUL fecha acordo de livre comércio com Singapura, primeiro passo concreto para avançar em direção ao Sudeste Asiático. Lançadas em 2018, as negociações foram conduzidas em seis rodadas, começando em 2019.

Nesta quarta-feira, 20, teve início em Assunção, no Paraguai, a 60ª Cúpula do MERCOSUL, ocasião em que será fechada a negociação para um Tratado de Livre Comércio entre o bloco e Singapura. Além disso, o Paraguai irá transferir ao Uruguai, a presidência pro tempore do MERCOSUL. A grande ausência é o presidente brasileiro Jair Bolsonaro que preferiu permanecer em Brasília.

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, representa o país e participou das reuniões de chanceleres já realizadas. Na quinta, 21, os presidentes se reúnem. Novamente, França representará o chefe do Executivo. As autoridades paraguaias fizeram questão que Bolsonaro não foi por questões internas do Brasil.

Ele também estará ausente da reunião do PROSUL, bloco criado para fazer o contraponto à UNASUL, da qual o Brasil se retirou formalmente junto com outros cinco países. O Paraguai também preside o PROSUL e decidiu aproveitar a presença de sete presidentes para retomar as suas discussões. Uma das prioridades para Assunção é envolver o PROSUL nos temas de segurança e defesa, sobretudo, o combate ao crime organizado regional.

De acordo com o Itamaraty, o acordo do MERCOSUL com Singapura poderá representar um incremento de R$ 28,1 bilhões no PIB brasileiro, considerando os valores acumulados entre 2022 e 2041. Para o mesmo período, estima-se um aumento de R$ 11,1 bilhões nos investimentos, R$ 21,2 bilhões nas exportações brasileiras para aquele país e R$ 27,9 bilhões nas importações.

“Uma vez em vigor, o acordo garantirá acesso imediato do MERCOSUL ao mercado de Singapura. Em investimentos, estabelece estrutura de governança que estimula a cooperação e a facilitação de investimentos e conta com elementos que favorecem a proteção a investimentos”, informou o MRE em nota.

O acordo cobre temas tarifários e regulatórios, como serviços, investimentos, compras governamentais, propriedade intelectual, medidas sanitárias e fitossanitárias e defesa comercial. Prevê, ainda, compromissos em serviços postais, serviços financeiros e movimento de pessoas.

Com relação à posição do Uruguai, de negociar fora do MERCOSUL, um tratado de livre comércio com a China, os parceiros do bloco são majoritariamente contrários, inclusive o Brasil que tem no gigante asiático, seu principal parceiro comercial. A tendencia é que o MERCOSUL aprove a criação de um grupo de trabalho para alinhar as posições, avaliar os prós e contras e decidir pela melhor estratégia de negociação com a China.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: Ministério das Relações Exteriores