A China é a grande dor de cabeça dos EUA na região

por | jul 25, 2022 | 19h

Chefe do Comando Sul reconhece que a China está fazendo o dever de casa ao se aproximar dos líderes latino-americanos e caribenhos. A general Richardson cobrou mudanças na forma como os EUA se relacionam com os seus vizinhos

Os militares dos EUA estão fortemente preocupados com o fortalecimento da presença chinesa na América Latina e o Caribe. Dos 31 países com os quais os EUA têm relações, 25 aderiram à iniciativa Cinturão e Rota da China – o plano chinês de desenvolvimento de infraestrutura global.

Além disso, o volume dos investimentos chineses em cada país varia, mas, de acordo com a general Laura Richardson, chefe do Comando Sul do Exército dos EUA, “o dinheiro tem amarras”. Ela falou sobre o tema no último dia 21, no Fórum de Segurança de Aspen, no Colorado.

Segundo Rochardson, “em uma região faminta por investimentos e com líderes procurando maneiras de entregar para seus cidadãos – particularmente à luz dos danos causados ​​​​pelo COVID-19 – o dinheiro chinês é atraente, mas também é uma armadilha da dívida”, garantiu.

“Empréstimos são feitos para projetos, às vezes vários empréstimos, que devem ser pagos em dinheiro ou abrindo mão de alguma soberania. É uma armadilha em espiral”, acrescentou. Um dos temores dos EUA diz respeito ao Canal do Panamá.

A general descreveu um voo recente sobre o Canal, onde viu empresas estatais chinesas em ambos os lados que poderiam ser rapidamente direcionadas para capacidades militares. “Acho que devemos nos preocupar, mas este é um problema global. Este é o mesmo manual que eles usaram na África, Ásia, Europa, não é novo”, afirmou Richardson. A preocupação é tanta que ela cobrou mudanças na forma como o governo dos EUA se relaciona com os países latino-americanos e caribenhos. “Se você realmente quer superar os desafios deles e ajudá-los, você precisa olhar para isso e entender a perspectiva deles”, disse a general. Como exemplo, destacou o que chamou de “parceria em exibição na Ucrânia, que rechaça a invasão russa com a ajuda dos EUA e da Europa”, assinalou.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: Gwen sung/cnnmoney