A informação desmente notícias de que os EUA estariam impedindo a venda por conta das eleições presidenciais de outubro. Os democratas não escondem sua antipatia por Jair Bolsonaro, no entanto, prevaleceu, mais uma vez, o pragmatismo bélico norte-americano
A Embaixada dos EUA no Brasil, informou que o Departamento de Estado aprovou uma possível venda de mísseis Javelin e equipamentos relacionados para o Brasil, por um valor estimado em US$ 74 milhões. A Agência de Cooperação em Defesa e Segurança entregou nesta terça-feira, 9, a certificação necessária, notificando o Congresso norte-americano sobre a possível venda.
A informação desmente notícias de que os EUA estariam impedindo a venda por conta das eleições presidenciais de outubro. Os democratas não escondem sua antipatia por Jair Bolsonaro, no entanto, prevaleceu, mais uma vez, o pragmatismo bélico norte-americano e Joe Biden devem muito à indústria militar dos EUA.
Ainda conforme a diplomacia norte-americana, o governo brasileiro solicitou a compra de até 222 mísseis Javelin, FGM-148, e 33 Unidades de Comando Javelin (CLU). O negócio incluirá, também, treinadores de habilidades básicas de produtividade avançada; rondas de simulação de mísseis; assistência técnica da Diretoria de Gerenciamento de Assistência de Segurança; assistência técnica do Escritório de Projetos de Aviação Tática e Munições Terrestres; outros equipamentos e serviços associados, bem como todo o apoio logístico necessário.
A decisão deixa bem claro que a venda proposta guarda relação direta “com os objetivos da Política Externa e de Segurança Nacional dos EUA, melhorando a segurança de um importante parceiro regional, que é uma força importante para a estabilidade política e o progresso econômico na América do Sul”, diz a nota.
Para os EUA, a venda proposta melhorará a capacidade do Exército brasileiro de enfrentar futuras ameaças, aumentando sua capacidade antiarmamento e o Brasil não terá dificuldades em absorver esse equipamento em suas Forças Armadas. Além disso, o Departamento de Estado esclarece que a venda não irá alterar o equilíbrio militar básico na região.
Os contratantes principais serão a Raytheon/Lockheed Martin Javelin Joint Venture, Orlando, FL, e Tucson, AZ. Não há acordos de compensação conhecidos propostos em relação a esta venda potencial e a implementação da proposta não exigirá a cessão de nenhum representante do Governo dos EUA ou de empreiteiros ao Brasil.
Também não haverá impacto adverso na prontidão da defesa dos EUA como resultado desta venda proposta, assegura a diplomacia norte-americana. Essa questão é sagrada para os congressistas norte-americanos. Importante destacar, ainda, que o anúncio da possível venda dos mísseis, é exigido por lei.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: Reuters