Guardiões do Bioma ataca ilícitos na Terra Indígena Yanomami

por | ago 11, 2022 | 11h

Coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, a operação resultou na apreensão de 23,9 toneladas de minérios, 36 aeronaves destruídas ou interditadas, 25 pessoas presas e 712 atendimentos de saúde à população indígena.

Entre os dias 5 e 7 de julho, a Operação Guardiões do Bioma – Terras Indígenas atuou no combate ao garimpo ilegal e ilícitos ambientais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Com a participação de 12 instituições federais, o resultado foi a descapitalização de organizações criminosas e o impacto na logística de atuação dos infratores, na retirada dos não indígenas, na preservação do bioma, no bem-estar e na saúde indígena.

A operação foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria de Operações Integradas (Seopi). De acordo com as autoridades, 23,9 toneladas de minérios (cassiterita, ouro e mercúrio) foram apreendidas; 36 aeronaves apreendidas, destruídas ou interditadas; 15,6 mil litros de combustíveis apreendidos e/ou destruídos; 25 pessoas presas; 119 munições apreendidas e/ou destruídas; 115 autos de infração lavrados, entre outros indicadores. Também foram feitos 712 atendimentos de saúde à população indígena.

O MJ informou que a operação multiagências contou, ainda, com a fiscalização de aeródromos, pistas de pouso, aeroportos, pontos de abastecimento e aeronaves; bloqueios fluvial e rodoviário; monitoramento de hectares; destruição de motores, geradores e esteiras, além de medidas administrativas. Por falta de autorização, três tanques com capacidade para 15 mil litros (vazios) foram interditados e sete pessoas tiveram a habilitação para voar suspensas.

Participaram das ações, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Exército, a Força Aérea Brasileira (FAB), a Força Nacional de Segurança Pública, a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o  Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

Números

Em 2021, as ações repressivas na Terra Indígena Yanomami resultaram na apreensão de 89 aeronaves e um helicóptero; dez motores de popa; 17 veículos; dois geradores; nove armas; 17,8 mil litros de combustíveis; 29,8 mil kg de minério; 850 munições; nove embarcações do tipo voadeira, entre outras.

Também houve fiscalização de 182 aeronaves, 87 pistas de pouso e 135 postos de revenda; interdição de 22 postos de combustíveis e 14 aeronaves; inutilização de 4 tratores, 10 balsas, 91 motores, 11 veículos, 22 aeronaves e 88,5 mil litros de combustíveis; suspensão de 15 aeronaves e 34 autos de infração.

A apreensão de aeronaves é fundamental para o combate aos ilícitos nas terras indígenas. Segundo a Seopi, o modal aéreo é o principal meio para a logística de ilícitos como a atividade garimpeira. E a reposição destas aeronaves não é tão simples.

O ministério assegurou, também, que o monitoramento do garimpo ilegal e de ilícitos ambientais na região é permanente e acontece o ano inteiro. “Uma vez identificadas as ações criminosas, o Ministério da Justiça e Segurança Pública reúne diversas instituições federais para compor a Operação Guardiões do Bioma para que atuem dentro de suas atribuições, sufocando a logística das organizações criminosas”, informou a pasta em nota.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: Gabriel Chaim