Na semana passada, Brasil e Paraguai fecharam um novo acordo para o pagamento da energia recomprada de Itaipu, fixada em US$ 20,75 kW-mês. Isso significa um ingresso adicional para o país vizinho, da ordem de US$ 220 milhões. Com os recursos, o Paraguai pretende investir em projetos socioambientais a cargo da usina binacional, em todo o seu território.
Do total que será injetado na economia paraguaia, US$ 140 milhões serão aplicados na modernização do sistema elétrico nacional, sob a responsabilidade da Administração Nacional de Eletricidade (ANDE). Os outros US$ 80 milhões vão para projetos de caráter social.
Pelo menos US$ 20 milhões servirão para possibilitar o desconto de 25% nas contas de energia de mais de um milhão de consumidores. O benefício começa a ser implementado em setembro e vai até o final de dezembro.
Além disso, o Paraguai pretende impulsionar as obras da ponte bioceânica sobre o Rio Paraguai, que unirá as cidades de Carmelo Peralta a Porto Murtinho (MS). Essas obras foram iniciadas em julho e demandará um investimento total de US$ 102,6 milhões, que serão desembolsados por Itaipu até 2024.
Itaipu também irá construir e equipar 131 unidades de saúde pública até 2023, ano em que o Paraguai realizará eleições presidenciais. Ainda em 2022, estão sendo construídas as unidades em Ciudad del Este, San Alberto, Harnandarias, Arroyos y Esteros y Coronel Oviedo.
Estão previstos para esse ano, ainda, US$ 10 milhões para projetos de agricultura familiar na Região Oriental, que beneficiará pelo menos 77 mil famílias com a preparação e habilitação do solo para o plantio de milho, soja e gergelim. Mais US$ 8 milhões serão aplicados na implementação de bolsas universitárias. Para esse ano, o lado paraguaio ficou com 3 mil bolsas de estudos para distribuir.
A binacional também destinará recursos para a pavimentação de ruas e rodovias de sete municípios, mais a construção de 34 sistemas de água potável nos departamentos de Misiones, Alto Paraná, Guairá, Presidente Hayes, San Pedro, Central, Canindeyú e Caaguazú.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: Reuters