Até o mês de julho, a Rússia respondeu pela venda de 24% dos 21,8 milhões de toneladas de fertilizantes adquiridos pelo Brasil. Esse volume é 14,7% superior ao acumulado nos primeiros sete meses de 2021. De acordo com o governo, as importações da Rússia continuaram a chegar normalmente, registrando um total de 828 mil toneladas.
Em 2021, a Rússia vendeu, no mesmo período, 751 mil toneladas. O fato de o Brasil ter adotado uma postura equilibrada em relação à guerra no Leste Europeu, contribuiu e muito para que Moscou continuasse cumprindo o acordado. Por outro lado, as compras feitas junto à Bielorrússia, caíram fortemente. No ano passado, o país exportou 306 mil toneladas até julho. Este ano, foram somente 26 mil toneladas.
Com a guerra que já completou 170 dias, as indústrias adiantaram o volume das importações e os adubos que têm chegado ao Brasil diminuem as preocupações dos produtores. Ao que tudo indica, o país não terá problemas com as próximas safras.
No entanto, existem outras preocupações. No governo, há o temor que a recente queda de preços dos fertilizantes, faça com que os produtores decidam postergar as compras do insumo, contribuindo para que aumente o armazenamento do produto nos portos.
Com os estoques altos nos portos, o período de entrega pode ser concentrado e, com isso, haver uma redução no volume mensal de importação. Para que o país não corra riscos, é preciso que sejam importados, até o final do ano, pelo menos mais 16,6 milhões de toneladas de fertilizantes.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: Reuters /Paulo Whitaker