Até a terceira semana de agosto, o Brasil registrava um superávit de US$ 42,19 bilhões em sua balança comercial, um cenário bastante diferente daquele enfrentado pelo restante dos países latino-americanos, os EUA e grande parte da Europa. Até o momento, a corrente de comércio atingiu US$ 387,25 bilhões em 2022, com US$ 214,72 bilhões em exportações e US$ 172,53 bilhões em importações; no mês, o saldo positivo é de US$ 2,30 bilhões.
No entanto, o superávit de US$ 42,19 bilhões no acumulado do ano, até a terceira semana de agosto, confirma um recuo de 15,4% em relação ao resultado de janeiro a agosto do ano passado, pela média diária. A corrente de comércio no período aumentou 24,1%, na mesma comparação, atingindo US$ 387,25 bilhões. As informações são do Ministério da Economia.
Ainda de acordo com a Economia, os números refletem um crescimento de 18,6% das exportações, que somaram US$ 214,72 bilhões, e uma alta de 31,6% nas importações, que chegaram a US$ 172,53 bilhões. Os dados foram divulgados na segunda-feira, 22, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
No documento, a Secex destaca que, considerando o acumulado do mês, até a terceira semana, houve superávit de US$ 2,30 bilhões, com queda de 55,9% sobre agosto de 2021. A corrente de comércio no mesmo período aumentou 21,2%, alcançando US$ 38,64 bilhões – soma de US$ 20,47 bilhões em exportações (+10,3%) e US$ 18,17 bilhões em importações (+36,2%).
Apenas na terceira semana, o superávit foi de US$ 358 milhões, com a corrente de comércio chegando a US$ 12,988 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 6,673 bilhões e importações de US$ 6,315 bilhões.
Trocas comerciais
Em meio à pandemia e com uma guerra no Leste Europeu que afeta as cadeias logísticas em todo o mundo, a Secex registrou crescimento de 39,8% nas vendas da Agropecuária, que somaram US$ 4,49 bilhões no mês, até a terceira semana. Os destaques foram os embarques de milho não moído, exceto milho doce (+125,5%), café não torrado (+20,6%) e soja (+23,4%).
Na Indústria Extrativa, as exportações diminuíram 23,9% nesse período, chegando a US$ 4,82 bilhões. Apesar do recuo na média, destacaram-se os aumentos das vendas de minerais em bruto (+70%), minérios de cobre e seus concentrados (+24,8%) e óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (+33,7%).
Já na Indústria de Transformação, as vendas subiram 23,8%, alcançando US$ 11,02 bilhões. Os principais aumentos no setor foram de açúcares e melaços (+30,9%), óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos, exceto óleos brutos (+92,9%) e veículos automóveis de passageiros (+86,4%).
Em relação às importações, até a terceira semana do mês, houve crescimento de 27,1% na Agropecuária, que somou US$ 364,92 milhões. Os principais aumentos foram das compras de trigo e centeio, não moídos (+29,5%), milho não moído, exceto milho doce (+81,7%) e frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas (+52,3%).
Cresceram também as compras da Indústria Extrativa (+55,9%), que chegaram a US$ 1,19 bilhão, puxadas pelos desembarques de fertilizantes brutos, exceto adubos (+115,5%), carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (+68,6%) e óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (+173,1%).
Da mesma forma, subiram as importações da Indústria de Transformação (+36,2%), que alcançaram US$ 16,53 bilhões. Os destaques foram as entradas de óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos, exceto óleos brutos (+108,2%), adubos ou fertilizantes químicos, exceto fertilizantes brutos (+58,1%) e inseticidas, rodenticidas, fungicidas, herbicidas, reguladores de crescimento para plantas, desinfetantes e semelhantes (+85,4%).
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: gov.br