Agronegócio propõe cooperação, enquanto europeus defendem o boicote

por | ago 24, 2022 | 14h

O Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), propôs à União Europeia e ao Parlamento Europeu, cooperação na área ambiental como forma de destravar o processo de ratificação do Tratado de Livre Comércio MERCOSUL – UE, assinado em 2019. De acordo com o Imac, alguns países são sensíveis e querem ver o acordo ratificado, mas a UE ainda defende o boicote aos produtos brasileiros.

O Imac também está preocupado com a exclusão, defendida pelos europeus, dos pequenos produtores, da cadeia formal. “O fato de o Brasil ser a maior biodiversidade do planeta e estar lutando para implementar um complexo código florestal, nos coloca como país de primeiro mundo no debate sobre clima”, afirmou o presidente do Imac, Caio Penido.

Ainda segundo ele, “além de produtores de serviços ambientais essenciais para a regulamentação do clima mundial, somos relevantes no fornecimento de alimentos e referência em produção de energia limpa, com mais de 80% da energia produzida no Brasil sendo renovável. No novo paradigma global não existe mais espaço para o protecionismo europeu, e o Brasil se projeta como potência, quem tiver olhos que veja”, explicou.

Conforme a entidade, o regulamento da UE, prevê obrigação das indústrias e importadoras europeias a realizarem uma série de checagens de seus fornecedores. No caso da carne, seria a indústria frigorífica e seus fornecedores diretos e indiretos.

Uma das queixas brasileiras, diz respeito à exigência, pelo bloco europeu, de comprovações sobre toda cadeia produtiva da carne, por exemplo, que não tenha contaminação com desmatamentos gerais e outras não conformidades socioambientais. Essas exigências, excluem do mercado os pecuaristas que estão em processo de regularização e, na visão brasileira, desrespeitam o direito de outros produtores de legalmente abrirem novas áreas.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: Acrimat