Governo brasileiro ignora protesto chileno por acusações contra presidente

por | ago 30, 2022 | 18h

O governo brasileiro ignora, solenemente, os protestos feitos pelo Chile, especialmente o Ministério das Relações Exteriores, por conta das acusações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, responsabilizando o colega chileno, Gabriel Boric, pelo incêndio no metrô de Santiago, em 2019.

Na segunda-feira, 29, o Embaixador do Brasil no Chile, Paulo Roberto Soares Pacheco, esteve na sede da chancelaria chilena, onde permaneceu por apenas dez minutos. Ouviu as queixas, recebeu uma nota de protesto e retirou-se. O Itamaraty, questionado, afirmou que se trata de um tema sob a responsabilidade da Presidência da República.

Por outro lado, as declarações de Bolsonaro repercutiram, também, no Congresso chileno. O senador Iván Moreira (UDI), criticou os comentários do presidente brasileiro e afirmou que “não lhe corresponde, sob nenhuma circunstância, que qualquer presidente se meta nos assuntos internos do nosso país”.

Segundo ele, “se o presidente Bolsonaro tem provas de que o presidente Boric estaria vinculado com os atentados no Metrô durante os conflitos sociais de 2019, tem a obrigação de entregá-los às autoridades chilenas”, afirmou. A União Democrática Independente é um partido chileno de direita, fundado como um movimento político em 1983. Apesar de fazer oposição ao presidente do país, seus membros são solidários com ele.

Já o deputado Andrés Celis (Renovação Nacional – RN), membro da Comissão Parlamentar que investigou os atentados contra o Metrô da capital, anunciou que solicitará aos demais integrantes do colegiado, que seja convidado o presidente brasileiro para explicar as suas acusações contra Boric. Também opositor do presidente chileno, Celis afirmou que “se trata de algo inaceitável e pouco sério. Creio que está (Bolsonaro) absolutamente errado”, assinalou.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: Cancilleria Chile