A diplomacia, a vergonha e a realidade

por | set 13, 2022 | 18h

Tenho sido demandado por várias embaixadas e diplomatas estrangeiros, para analisar o presente e o futuro do Brasil, tendo como base, as eleições de outubro. O Brasil que a esquerda insiste em afirmar que está isolado do mundo, é um país cujo potencial impede que essa máxima se confirme.

As eleições brasileiras são objeto das mais profundas análises por parte de governos, grupos econômicos, organizações políticas e igrejas. Pregar que o Brasil está isolado é mais um desejo que uma realidade. Uma forma de tentar vender no exterior, uma realidade que atenda à interesses políticos e ideológicos.

Nesta direção, cabe afirmar que o corpo diplomático estrangeiro acreditado no Brasil, em sua maioria esmagadora, avalia a atual gestão do presidente Jair Bolsonaro, como muito boa. Quando essas pessoas trabalham com seriedade, suas informações ignoram a imprensa e se prendem aos fatos.

O atual governo conseguiu em pouco mais de três anos, reerguer uma economia que estava à beira do abismo. O Brasil é o país não membro da OCDE que mais instrumentos da organização internalizou. São 103 dos 253 e em janeiro passado, a OCDE fez o convite formal para iniciar o processo de adesão.

Estamos falando de governança, desburocratização e combate à corrupção, alguns dos eixos que sustentam a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, fundada em 1961 para estimular o progresso econômico e o comércio mundial. Muitos a chama de “clube dos ricos”. Ser parte da OCDE é como ter um passaporte de credibilidade para atrair investimentos de longo prazo, por exemplo.

Os países membros da OCDE estão obrigados a prover segurança jurídica e reformas econômicas, elementos necessários para o crescimento e desenvolvimentos sustentáveis. Além disso, a adesão do Brasil à OCDE também fortalecerá a política ambiental, de forma responsável e planejada.

Some-se a isso, o controle da inflação, a redução nos preços dos combustíveis, do gás, o aumento do Auxílio Brasil e a geração de empregos. O Brasil também sempre foi notícia no mundo, pelas altas taxas de homicídios e, hoje, esses números têm caído de forma significativa. O país também deixou de ser foco de instabilidade no campo com a neutralização das invasões de terras. 

A isso, a diplomacia estrangeira soma o crescimento do agronegócio com a produção recorde de grãos (mais de 270 milhões de toneladas) e o valor da produção agropecuária estimado em R$ 1,207 trilhão. Com uma guerra na Europa e uma pandemia ainda presente, é impossível ignorar essa pujança.

Já a corrente de comércio até a segunda semana de setembro foi de US$ 16,80 bilhões, com US$ 9,57 bilhões em exportações e US$ 7,23 bilhões em importações. No ano, saldo chega a US$ 46,22 bilhões. Destaque para os embarques da agropecuária, que subiram 85,2%, chegando a US$ 2,10 bilhões.

Basta dar uma olhadinha no que está acontecendo na Argentina, com inflação descontrolada e desabastecimento. Ou na Europa que, depois de criticar duramente o Brasil, retoma a extração de carvão e reativa usinas nucleares para evitar um mal maior para a sua população. 

O Brasil, como já assinalei em outras oportunidades, ainda é um país marcado pela desigualdade e por mazelas vergonhosas, mas está na contramão do restante do mundo. O país, por exemplo, não corre riscos de desabastecimento de energia e alimentos como ocorre com toda a Europa Ocidental.

Por outro lado, a doutrina do “politicamente correto” impede que esses diplomatas digam publicamente o que pensam. Tampouco querem ver-se numa lista negra da esquerda, sempre tão receptiva às suas pautas. Por isso, há um misto de realidade e vergonha no trabalho daqueles que são os principais responsáveis por informar os seus governos acerca do Brasil.

Nos telegramas, geralmente classificados, não economizam em elogios e adjetivos para assegurar que Bolsonaro não flerta com o golpismo e que o seu governo tem sido responsável. Publicamente, por outro lado, buscam descolar-se de alguém taxado pela mídia como genocida, homofóbico e golpista.

Já teve mais de um embaixador que foi obrigado a explicar o teor de seus telegramas que em nada guardavam relação com o noticiário da imprensa brasileira. Nos dias prévios ao 7 de setembro, também teve gente que deu crédito àqueles que garantiram um evento violento e esvaziado.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem original InfoRel