Jornada Técnica discutirá a nova geopolítica e as perspectivas para o agro brasileiro

por | set 13, 2022 | 19h

Será realizada nesta quarta-feira, 14, a 2ª Jornada Técnica RTC, que discutirá a nova geopolítica internacional e as perspectivas para o agronegócio brasileiro. O analista de mercado Alexandre Mendonça de Barros, engenheiro agrônomo e Doutor em Economia, falará, às 19h45min, sobre o tema ‘O Brasil frente ao cenário econômico global e de produção de alimentos’, e as oportunidades que se abrem para o Brasil neste contexto.

Mendonça de Barros acredita que o atual cenário e as mudanças geopolíticas provocadas pela pandemia e a guerra no Leste da Europa, constituem uma oportunidade única para o agronegócio brasileiro. Na sua avaliação, o novo redesenho das potências produtivas globais que se formou no pós-pandemia tem capacidade de elevar o país ao topo das exportações agrícolas mundiais. 

O evento acontece em Gramado (RS) e é realizado pela CCGL, uma das maiores cooperativas brasileiras com mais de 170 mil produtores associados. Um dos objetivos é antecipar as tendências do agronegócio para os próximos anos, oferecendo às cooperativas conhecimento e troca de experiências dentro do sistema cooperativo gaúcho e brasileiro. Também participarão representantes do agronegócio com atuação nacional e internacional.

“Tivemos a maior safra de grãos da história, mas chegamos ao fim do ano e vimos os estoques mundiais caindo em relação ao consumo. Em fevereiro começou a guerra e o mundo tomou mais um susto, uma vez que a Ucrânia é um importantíssimo produtor de alimentos para o mundo”, explicou Mendonça de Barros.

Para ele, o conflito Rússia-Ucrânia precisa ser observado com estratégia comercial pelo Brasil, uma vez que a Ucrânia, grande produtora de alimentos e a quarta maior economia exportadora do mundo, abastecia importantes mercados como o norte da África, Oriente Médio e uma parcela da Europa. “O tamanho da oportunidade que está aberta ao Brasil é muito grande. Estamos diante de algo que, se soubermos aproveitar e entendermos os movimentos corretos, teremos um caminho muito relevante pela frente”, cravou.

Nos últimos 30 anos, os grandes blocos de comercialização agrícola mudaram muito. Em 1990, o maior saldo comercial agrícola no mundo era dos EUA, perto de US$ 20 bilhões na época. A Europa, principal bloco parceiro comercial do Brasil na ocasião, era deficitária na produção de alimentos, enquanto a China mais exportava do que importava alimentos.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: AFN