Estamos há exatos 19 dias das eleições de 2 de outubro e, na medida em que o processo se acerca, mais nítidas ficam as posições dos meios de comunicação. Embora contraditório, as redações que defendem com tanto afinco a liberdade de imprensa, são as mesmas que apoiam o controle dos meios de comunicação, defendido pelo ex-presidente Lula.
E isso tem uma explicação bem simples: com o advento da internet e a popularização das redes sociais, os meios de comunicação e suas “estrelas”, perderam por completo o monopólio que detinham sobre a formação da opinião pública.
Hoje, qualquer pessoa é um informador em potencial, algo inadmissível para aqueles que, por tantos anos, reinaram absolutos nos telejornais, nas emissoras de rádio e nos jornais impressos. Some-se a isso, o fato de os grandes grupos de comunicação terem perdido, com o atual governo, vários milhões de dinheiro público na forma de publicidade.
Certa vez, o humorista Juca Chaves afirmou: “A imprensa é muito séria, se pagar eles publicam até a verdade”. E é isso mesmo, o jornalismo é um negócio, nada além disso. Nós pagamos para consumir o que acreditamos ser notícia e informação.
No entanto, desde eras passada, o jornalismo é feito sob medida, para atender aos interesses daqueles que pagam mais. Guerras são provocadas, por dinheiro e poder e a imprensa é parte do processo. Eleições são ganhas, por poder e por dinheiro e a imprensa é parte do processo.
Recentemente, o então presidente Michel Temer (MDB), que herdou dois anos de mandato com o impeachment da titular, Dilma Rousseff, esteve à beira do abismo quando decidiu cobrar de um grande grupo de comunicação, o pagamento de dívidas com a União.
Ao desistir da medida, Temer saiu de ser um golpista para ser o líder que o país tanto necessitava naquele momento de fortes instabilidades. Bem antes dele, Fernando Collor de Mello, um filhinho de papai sem qualquer expressão, foi alçado à condição de presidente da República, também por força da mídia.
No cargo, ao contrariar os interesses comerciais e políticos do grupo (imaginem qual), Collor foi caçado em 1992. Ele diria, meses depois que havia perdido a guerra da comunicação. A imprensa é venenosa e letal quando quer. Pode te fazer o sujeito mais poderoso do planeta ou pode assassinar (literalmente, também) a sua reputação sem dó nem piedade.
O atual processo eleitoral é ilustrativo e pedagógico. Ele nos tem permitido entender melhor como essa engrenagem funciona. A imprensa insiste em te fazer acreditar no que ela diz e/ou publica, em detrimento do que os teus olhos veem e do que você sente como cidadão.
Poucas vezes na nossa história, se vilipendiou tanto a verdade e os fatos em nome de poder e dinheiro. Por isso, não aceite o controle dos meios de comunicação. Essa é a ante sala do Estado totalitário, das polícias secretas, da caça às bruxas.
Com o consumidor, eleja o que levar para a sua casa. O jornalismo é um produto e o jornalista é só uma pessoa. Não é ninguém melhor do que você, acredite.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: Kap