Nos dias 13, 14 e 15 de setembro, realizou-se em Quito, no Equador, a Conferência Sul-Americana de Defesa (SOUTHDEC), evento que contou com a presença da chefe do Comando Sul do Exército dos EUA, general Laura Richardson. Nos dois dias de debates, militares de dez países discutiram os desafios à Segurança e Defesa sul-americana.
Richardson que já havia participado da Cúpula de Ministros de Defesa das Américas, realizada em julho, em Brasília, se reunido com militares colombianos em Bogotá, e visitado o Rio de Janeiro, por ocasião do exercício UNITAS, aproveitou mais essa oportunidade para criticar a presença da Rússia e da China, na região.
A general do Exército dos EUA Laura J. Richardson, comandante do Comando Sul dos EUA, juntou-se a líderes de defesa de 10 nações para discutir os desafios de segurança e a cooperação regional durante a Conferência de Defesa Sul-Americana 2022 (SOUTHDEC 22) de 14 a 15 de setembro.
De acordo com o Comando Sul, o tema central do SOUTHDEC foi a discussão sobre como derrotar as ameaças globais e transfronteiriças que prejudicam a segurança cidadã usando a colaboração regional como principal ferramenta. A conferência concentrou-se em conflitos na zona cinzenta (informação e domínio cibernético) e segurança e proteção do meio ambiente.
Além dos EUA e Equador, comandantes militares da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Uruguai assistiram a SOUTHDEC. Representantes do Canadá, Espanha, França, Holanda e Reino Unido também participaram como observadores.
“Nós nos reunimos aqui em um momento crítico em que nossas democracias enfrentam uma série de desafios transversais que ameaçam nosso modo de vida e podem apagar a chama da liberdade que nos une. Nossos países e pessoas comuns em toda a região estão arcando com os encargos econômicos e sociais desses desafios. Temos que mostrar que a democracia pode ajudar nossas populações”, disse Richardson durante o discurso de abertura da conferência.
Já o anfitrião, o ministro da Defesa do Equador, general Luis Eduardo Lara Jaramillo, destacou a importância das parcerias para o combate às ameaças e desafios crescentes. “É cada vez mais urgente encontrar mecanismos de cooperação eficazes, não só face às ameaças externas à paz deste continente, mas sobretudo contra o assalto do narcotráfico, das organizações criminosas transnacionais e da subversão que ameaçam seriamente não só a paz e a segurança de nações, mas também a própria existência de estados [nação].”, disse Lara.
Na avaliação dos EUA, as organizações criminosas transnacionais são as responsáveis pela desestabilização regional. Segundo Laura Richardson, essas organizações “estão envenenando nosso povo com drogas e estendendo seus tentáculos de violência e corrupção por toda a região”. Richardson alertou, ainda, para a insegurança ambiental na América do Sul e disse que a questão envolve atores não-estatais, como organizações criminosas transnacionais, e atores estatais.
“As organizações criminosas transnacionais estão envolvidas em mineração ilegal, extração ilegal de madeira e desmatamento. Cerca de 75% da madeira vendida na América do Sul é adquirida ilegalmente por meio de entidades patrocinadas por essas organizações. A ampla gama de atividades ilícitas do crime transnacional geram um lucro anual de US$ 300 bilhões para o crime organizado”, explicou.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: SOUTHCOM