A general Laura Richardson, chefe do Comando Sul do Exército dos EUA, responsabilizou a China, por meio de suas empresas, pelos danos ambientais na América do Sul. Ela fez a denúncia durante a Conferência Sul-Americana de Defesa (SOUTHDEC), realizada entre 13 e 15 de setembro, no Equador.
“Estudos independentes de organizações regionais latino-americanas concluíram que muitos megaprojetos regionais financiados pela China estão causando erosão fluvial, poluindo a água, destruindo terras férteis e desestabilizando os delicados ecossistemas que grupos indígenas e cidadãos locais apreciam”, afirmou.
Além disso, de acordo com Richardson, a China é “o maior infrator de pesca ilegal, não regulamentada e não declarada nesta região e em todo o mundo. Os navios da China esgotam severamente os estoques de peixes, desestabilizam as economias dos estados costeiros, despejam plásticos e resíduos no mar e impedem que os pescadores locais ganhem quase US$ 3 bilhões em receita anual”, explicou.
A chefe do Comando Sul, afirmou, ainda, que a China tem atacado sistematicamente os países sul-americanos por meio do espaço cibernético, com dois objetivos principais: roubar dados confidenciais e lavar dinheiro. “No ano passado, um grupo de hackers baseado na China, chamado NICKEL, realizou ataques cibernéticos contra 29 países, sete deles na América do Sul”.
Ela apontou que, também, que a China não está sozinha e que a Rússia atua na região tentando manipular as populações “por meio de campanhas de desinformação e atividades cibernéticas malignas”. China e Rússia, foram criticadas, ainda, pelo apoio que emprestam “à regimes autoritários na Venezuela, Cuba e Nicarágua”.
“A China está jogando xadrez e a Rússia está jogando damas. Suas ações multifacetadas combinadas estão desestabilizando a região, fortalecendo o autoritarismo e minando os princípios democráticos”, garantiu.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: Ministerio de Defensa del Ecuador