Estamos há 7 dias das eleições gerais e o mundo, em guerra e ainda em pandemia, está à espera do Brasil. Para muitos, um exagero. Mas não é. A 10ª maior economia do mundo é também o país que alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no planeta inteiro.
O Brasil nunca foi irrelevante e jamais será. Suas credenciais passam muito longe do governante de turno. Ganhe quem ganhar a eleição presidencial, o Brasil continuará no radar internacional graças ao seu potencial indiscutível, tanto em termos econômico-comerciais, como político.
Cerca de 150 milhões de pessoas estão aptas a votar no dia 2, o que também converte o Brasil na principal democracia mundial. Um país continental, marcado por contrastes fortes, mas que, desde a sua Independência, nunca teve de lidar com movimentos separatistas sérios.
Essa unidade nacional, forjada em grandes batalhas, tem sido a principal responsável pela força do Brasil na cena internacional. Para muitos, especialmente para a nossa “elite intelectual”, vale a narrativa de que estamos isolados do mundo.
Nada mais distante da verdade. Até porque, na época em que vivemos, as relações não se dão graças aos presidentes, mas apesar deles. O que tem contado muito a favor do Brasil, por exemplo, é a segurança jurídica existente. O investidor estrangeiro já não vem para especular.
Não é pouca coisa firmar-se entre os quatro principais destinos dos investimentos estrangeiros, atrás apenas dos EUA, China e União Europeia. Além disso, em meio à uma guerra e uma pandemia, o Brasil recupera-se economicamente de forma mais rápida e consistente que a grande maioria dos demais países.
No dia 2, os brasileiros irão decidir o querem para o presente e o futuro. E poderão usar o passado como referência. Poderão, ainda, refletir acerca do que se passa no resto do mundo, avaliar os modelos implementados, o grau de contentamento das pessoas, as perspectivas para cada país.
A América do Sul, nosso entorno geográfico imediato, também pode ser estudado. Recentemente, tivemos eleições no Chile e na Colômbia, países que decidiram mudar de direção, apostando em governos de esquerda. Podemos escrutinar detalhadamente, o que se passa na Argentina e na Bolívia, países com grande potencial energético.
Dá para ir subindo, chegar na América Central e contrastar os governos e suas ações. Enquanto alguns crescem como a Costa Rica, outros regridem como a Nicarágua que fecha igrejas, expulsa religiosos e tira do ar emissoras de televisão. Mais à frente um pouquinho, está o México, um latino na América do Norte, dominado pelos cartéis de drogas e uma violência imparável.
O Brasil que sairá das urnas no dia 2, precisará relacionar-se com esse mundo que está aí. E os brasileiros têm a responsabilidade de pensar a respeito. O seu voto, dirá muito a respeito das prioridades que o novo governo terá de eleger a partir de 1º de janeiro.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: Reuters