Estamos há 4 dias das eleições no Brasil. Quase 150 milhões de pessoas poderão votar e o país deveria estar respirando democracia. Mas não é bem assim. Além de extremamente polarizadas, as eleições deste ano serão marcadas pelas fortes assimetrias.
Os meios de comunicação e o Poder Judiciário, têm clara a sua posição a favor de um candidato, o ex-presidente Lula, que não se mistura com o povo, escondeu seu programa de governo e só frequenta ambientes controlados, enquando o atual chefe do Executivo continua arrastando multidões de Norte a Sul do país.
As pesquisas seguem, em geral, mostrando o líder do PT à frente, algumas, em condição de vencer já no primeiro turno. Vale lembrar, por outro lado, que nenhum dos institutos que apontam uma vitória fácil do ex-presidente, acertou em relação às últimas eleições presidenciais de 2018, e municipais de 2020.
Essa contradição entre o que dizem as pesquisas e o que mostram as ruas, preocupa e muito. E essa preocupação guarda relação direta com as assimetrias que observamos desde muito antes do início formal desse processo.
Cada um tem o direito de votar em quem bem entender e esse direito se estende, claro, a qualquer jornalista, ministro, militar, enfim, qualquer pessoa. O que gera desconforto naqueles que, para mais além de suas preferências ideológicas, não abrem mão de um processo transparente e justo.
A balança tem pendido para um lado de forma vexatória. Desde a libertação de um condenado em três instâncias, por questões técnicas, até o perdão, concedido pelo STF, à uma dívida de R$ 18 milhões com a Receita Federal, como parte da punição pelos escândalos de corrupção.
Parece que o ex-presidente Lula não foi posto em liberdade para disputar uma eleição, como muitos como eu, pensávamos. Lula parece ter sido libertado, ainda que sem ter sido inocentado, para ganhar as eleições de outubro. Esse é um sentimento que fica cada vez mais forte à medida em que se aproxima a data do pleito.
Reforça essa percepção, a foto de todos aqueles que se juntaram ao ex-presidente e as decisões tomadas pela Justiça Eleitoral a seu favor. É como se o sistema tivesse despertado para a necessidade de “conter a sangria”. Os interesses dessa casta foram seriamente prejudicados pelo atual presidente.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: iStock