Não foi apenas a esquerda brasileira que celebrou a vitória de Lula, nas urnas, no dia 30. Toda a esquerda latino-americana acredita que o retorno do petista ao poder, irá reacender o projeto de integração regional defendido pelo Foro de São Paulo – Grupo de Puebla. Já no dia 31, segunda-feira, Lula conversou sobre o tema com o presidente da Argentina, Alberto Fernández.
Esse projeto prevê, entre outras coisas, a ressurreição da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) e a retomada vigorosa da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). O Brasil denunciou o Tratado Constitutivo da UNASUL e deixou o bloco, assim como outros cinco países.
Além disso, com a eleição de Lenin Moreno, no Equador, a sede da UNASUL teve de ser devolvida. Hoje, o bloco inexiste. Todos os membros originários devem quantias elevadas de dinheiro que bancava a burocracia do bloco. Já a CELAC é um agrupamento. Não tem sede nem estrutura administrativa, mas comporta Cuba, país que está fora da OEA desde 1962 e que não aceitou retornar em 2009.
O MERCOSUL também deverá passar por muitas mudanças. É bastante provável que a agenda de modernização seja abandonada e o bloco receba um verniz mais político-ideológico em lugar da prioridade conferida ao comércio. Brasil e Argentina também devem convergir em termos de posições intra-MERCOSUL.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: Grupo de Puebla