MERCOSUL será entregue à Argentina e Brasil insistirá em rever a TEC

por | nov 17, 2022 | 16h

Nos dias 5 e 6, será realizada a 61ª Cúpula do MERCOSUL, em Montevideo, quando o Uruguai transferirá a presidência semestral do bloco, à Argentina. O atual presidente, Jair Bolsonaro, não deverá participar do evento, bem como o seu concorrente eleito. Sem o Brasil, o evento servirá para discutir……o Brasil.

Depois da posse, já sob a presidência argentina de Alberto Fernández, Lula irá propor uma redução maior da Tarifa Externa Comum (TEC), algo que a Argentina não quer de jeito nenhum. Depois de muito bater, Paulo Guedes, o ministro da Economia, conseguiu dobrar “los hermanos” e arrancou uma redução de 10% em junho último.

A tese sustentada tanto na equipe de transição como no próprio Itamaraty, é de que a redução tornaria o MERCOSUL mais atrativo tanto para a União Europeia como para outros blocos e países. Reduzir barreiras, agora, seria um gesto para que todos os demais países do bloco, possam ganhar em futuros acordos comerciais.

De acordo com a agenda prevista, no dia 5, será realizada a reunião do Conselho Mercado Comum, mecanismo integrado pelos ministros de Relações Exteriores. No dia 6, os presidentes se reunirão na sede do MERCOSUL na capital uruguaia.

Muito provavelmente, os argentinos ficarão fortemente irritados com a questão da TEC, mas ainda terão de lidar com a insistência do Uruguai de abrir negociações com a China para um Tratado de Livre Comércio. Não há nada nem perto de um consenso sobre o tema.

Por isso mesmo, o Uruguai decidiu iniciar sozinho, as conversas com Pequim, o que levará os demais, obrigatoriamente, a tratar de outro tema que é uma dor de cabeça sem fim: flexibilizar as regras do MERCOSUL ou não. Flexibilizar significa permitir que cada país membro, negocie seus próprios acordos comerciais.

Vão ter que combinar com a poderosíssima Decisão 32/00, que reafirma o compromisso de negociar em forma conjunta os acordos comerciais com terceiros países. Eita, e ainda tem o futuro próximo pela frente com as primárias no Paraguai no dia 18 de dezembro, para as presidenciais de abril de 2023. Na Argentina, as primárias ocorrem em agosto e as presidenciais em outubro, também do ano que vem.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: Mercosul