Argentina reduz produção e Brasil apela para o trigo da Rússia

por | nov 24, 2022 | 11h

A produção de trigo no Brasil bate recorde em 2022, mas ainda é insuficiente para atender à demanda do mercado interno, que consome entre 12 e 13 milhões de toneladas anuais. A busca por novos fornecedores também poderá encarecer o preço do pãozinho nosso de cada dia

A Argentina, principal fornecedora de trigo para o Brasil, reduziu a produção em 40% por conta de uma seca severa, seguida de geada. Parte do trigo que é usado para fazer os pães e bolos que comemos é produzido no exterior e mesmo o recorde de 8 milhões de toneladas de trigo para esse ano, não é suficiente para abastecer o mercado interno.

Segundo dados da Embrapa Trigo, os brasileiros consomem entre 12 e 13 milhões de toneladas de trigo por ano. Esse ano, o Brasil ainda aumentou a área de plantio por conta do mercado internacional, já que a guerra na Europa vem provocando o desabastecimento do produto em muitos países.

Dados da Bolsa de Grãos de Rosário, revelam que a Argentina reduziu a produção na temporada 2022/23, para 11,8 milhões de toneladas, a menor em 15 anos. Na safra passada, a produção argentina de trigo foi de 23 milhões de toneladas.

Por causa da quebra na safra argentina, o Brasil precisará recorrer a fornecedores como Rússia, EUA e/ou União Europeia. A redução na produção argentina também pressiona os preços do trigo para cima, o que obrigou as usinas da região Nordeste, por exemplo, a comprarem o grão russo, que é mais barato.

A expectativa é que o Brasil se torne autossuficiente na produção do grão dentro dos próximos dez anos e, para isso, conta com a contribuição da expansão do cultivo no cerrado.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: Bae Negócios