Alberto Fernández dará início, em Buenos Aires, em dezembro, à estratégia para que os principais mecanismos de integração regional sejam colocados à serviço do projeto de poder desenhado pelo Foro de São Paulo
Apenas 23 dias após a posse do presidente eleito, Lula, no Brasil, será ressuscitada em Buenos Aires, sob os auspícios de Alberto Fernández, presidente da Argentina e líder do Grupo de Puebla, a nova roupagem dada ao Foro de São Paulo, a CELAC. A ideia principal é resgatar palco e dinheiro para as ditaduras cubana, nicaraguense e venezuelana.
O ensaio começará nos dias 5 e 6 de dezembro, em Montevideo, quando o Uruguai transmitirá a presidência do MERCOSUL, justamente para a Argentina. No próximo ano, Fernández e Lula presidirão o bloco com a missão de frear o processo de modernização em curso.
De acordo com os sinais enviados pela equipe de transição, no que depender do Foro de São Paulo, a CELAC, junto com o MERCOSUL, será a ponta-de-lança do resgate ideológico da integração regional. Ato seguido, será ressuscitada a União das Nações Sul-Americanas (UNASUL).
Atualmente, a esquerda governa Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Peru e Venezuela, na América do Sul. Em janeiro, o Brasil entra para o grupo com a posse de Lula, aquele que em 1990, junto com Fidel Castro, criou o mecanismo, associando-o com as narcoguerrilhas colombianas das FARC e do ELN.
Em 2023, teremos eleições presidenciais na Argentina e no Paraguai. O objetivo é, com o respaldo (leia-se, dinheiro do BNDES) do Brasil, manter o poder na Argentina e viabilizar a volta da esquerda no Paraguai. A situação no Peru, também preocupa o bloco. Pedro Castillo está, mais uma vez, à beira do precipício. E no Equador, onde as eleições presidenciais serão só em 2025, a ordem é gerar e manter a instabilidade econômico-social.
Alberto Fernández espera, ainda, que Lula anuncie já no dia de sua posse, a retomada das relações diplomáticas do Brasil com a Venezuela, de Nicolás Maduro. Isso significa que, para 24 de janeiro, todo o clube estará presente na Argentina para resgatar as velhas estratégias que já fracassaram na região.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: TVSantiago