O Uruguai passará o comando do MERCOSUL para a Argentina e a cúpula de dezembro, será marcada por ausências e tensões. Adesão do Uruguai ao Transpacífico e negociações com a China, prometem acirrar os ânimos em Montevideo
Nos dias 5 e 6 de dezembro, o Uruguai será o anfitrião da 61ª Cúpula do MERCOSUL. Na oportunidade, Luis Lacalle Pou, presidente uruguaio, anunciará o ingresso do país como membro do Tratado Integral e Progressivo de Associação Transpacífico.
Na verdade, se tudo funcionar como deseja Lacalle Pou, o Uruguai já terá formalizado o seu pedido, no dia 1º de dezembro, antes da próxima Cúpula do MERCOSUL. Argentina, Brasil e Paraguai, já deixaram claro que não estão de acordo com a iniciativa.
O Tratado Integral e Progressivo de Associação Transpacífico, é integrado por onze países, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietnã. Para piorar ainda mais o ambiente, o Uruguai está por começar uma negociação comercial com a China e pretende fazê-lo, também, com a Turquia.
Nesta quarta-feira, 30, os coordenadores nacionais para o MERCOSUL, da Argentina, Brasil e Paraguai, informaram, em nota, ao governo do Uruguai, que estão preparados para contestar tais decisões do país. Legalmente, o Uruguai não pode firmar acordos comerciais fora do MERCOSUL.
Na avaliação de vários diplomatas argentinos, brasileiros e paraguaios, as iniciativas anunciadas por Lacalle Pou, têm o poder de implodir o bloco de uma vez. Fica claro que o Uruguai quer exercer pressão por uma maior abertura do bloco e não terá problemas em enfrentar-se com as principais economias do MERCOSUL, Argentina e Brasil.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: Gazeta do Povo