Diplomatas que não seguiram as regras e trabalharam contra as determinações do Chefe de Estado, não podem seguir no Itamaraty. Cabe ao Estado identifica-los e expulsá-los do serviço público.
Recentemente, foi divulgado que um grupo de diplomatas brasileiros – seriam 13 – teriam sabotado o presidente Jair Bolsonaro, deixando de seguir as orientações do Ministério das Relações Exteriores e reunindo-se secretamente com contrapartes estrangeiras, à margem do Itamaraty.
As revelações pretendem transformar essas pessoas, em heróis, aqueles que salvaram o país da desgraça completa nas suas relações internacionais, mas não é bem assim. Na verdade, não passam de bandidos que cometeram um crime grave contra o Estado e deveriam ser expulsos do serviço público.
O fato comprova, mais uma vez, que em grande parte, o Itamaraty é integrado por arrogantes e presunçosos que se acham acima do bem e do mal. Ao longo desses 36 anos de carreira, tive de lidar com muitos deles. Pessoas extremamente bem preparadas, mas com escassa índole.
Essas pessoas, péssimos funcionários públicos, ignoraram deliberadamente as regras. Não são diplomatas de segundo e terceiro escalões, que decidem o que deve ou não ser feito e dito. A Política Externa é do Estado e cabe ao chefe do Poder Executivo, com o assessoramento do Ministério das Relações Exteriores, defini-la.
Os diplomatas, por mais línguas que falem, por mais conhecimento que tenham, devem apenas e tão somente, obedecer ao Chefe de Estado. O Itamaraty está, para assessorá-lo. Um ministro competente e com personalidade, tem não apenas o direito, mas a obrigação de alertar o presidente da República, sobre as ações a serem adotados.
Mas, nenhum deles, tem o poder de decidir por si, o que é melhor ou pior. Não lhe cabe. Quem atuou desta forma, desrespeitou as normas, a lei e corrompeu a própria diplomacia. Além disso, o Departamento de Escadas e Corredores existe desde a criação do Itamaraty.
Por Marcelo Rech
InfoRel
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