Primeiro lançamento comercial é resultado de ações positivas no âmbito da Políticas Espacial Brasileira, que avançou com a assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas em 2019
Entre os dias 19 e 21 de dezembro, o Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão, realizará o seu primeiro lançamento comercial de foguete, em parceria com uma empresa privada da Coreia do Sul, a Innospace, que neste ano, firmou um acordo com o Departamento Brasileiro de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) para lançar o SISNAV.
Trata-se de um sistema de navegação inercial apoiados pela Financiadora de Estudos e Projetos do governo brasileiro (FINEP) e Agência Espacial Brasileira (AEB). A Innospace desenvolveu o HANBIT, um pequeno lançador de satélites movido por seus motores de foguete híbridos, e o primeiro voo de teste do HANBIT-TLV era programado para o quarto trimestre de 2022, no Centro de Lançamento de Alcântara, um local de lançamento equatorial.
De acordo com a Agência Espacial Brasileira, este será o primeiro voo de teste suborbital para validar o motor de primeiro estágio do HANBIT-Nano, que é um pequeno lançador de satélites de dois estágios, capaz de transportar uma carga útil de 50 kg.
A Innospace espera poder verificar a capacidade de desempenho do veículo lançador e obter reconhecimento no setor aeroespacial, lançando a carga útil em um voo de teste. O HANBIT-TLV levará a bordo a carga SISNAV, um sistema de navegação inercial que está sendo desenvolvido pelo DCTA e outras instituições.
Desde a assinatura e ratificação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) entre o Brasil e os EUA, em 2019, e as políticas públicas desenvolvidas pelo Ministério Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), foi possível, em maio de 2020, realizar o 1º Chamamento Público para identificar o interesse privado na utilização do Centro Espacial de Alcântara (CEA) para lançamentos de veículos espaciais.
Ainda segundo a AEB, a demanda global para o lançamento de pequenos satélites é esperada para mais de 14 mil até 2030. Espera-se que o tamanho do mercado global desse segmento cresça 253% em comparação com os últimos 10 anos, com US$ 19,1 bilhões cumulativos de 2021 a 2030.
Por Marcelo Rech
InfoRel
Imagem: Aeroin