Brasil reavaliará ingresso do país na OCDE

por | dez 14, 2022 | 18h

Além da adesão do Brasil ao “clube dos ricos”, o futuro Itamaraty pretende discutir no âmbito da CELAC, a ratificação do Tratado de Livre Comércio firmado pelo MERCOSUL com a União Europeia

O ingresso do Brasil como membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Considerada o “clube dos ricos” por parte do PT e da esquerda, a OCDE, segundo Vieira, traz vantagens ao país, mas o assunto será tratado detidamente, após a reestruturação do Itamaraty.

Além de ser vista como o clube dos ricos, a OCDE causa ojeriza em parte da esquerda por ter sido uma das bandeiras da diplomacia na atual gestão. Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, trabalharam para que o ingresso saísse.

O Brasil é o país não membro da OCDE que mais instrumentos internalizou. Dos 258, o Brasil já implementou 112. Para ser aceito definitivamente, precisará aderir a pelo menos 229. No início do ano, o Conselho de Ministros da OCDE aprovou convite para que o Brasil iniciasse as negociações de adesão à organização.

De acordo com diplomatas brasileiros, o país teria problemas com as políticas públicas relativas ao meio ambiente, economia sustentável, questões tributárias e até sobre o funcionamento das instituições.

Livre Comércio

O futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, explicou, nesta quarta-feira, 14, que, a respeito do Tratado de Livre Comércio MERCOSUL – União Europeia, o Brasil irá dialogar, primeiro, com os parceiros sul-americanos, antes de conversar com os europeus.

Na sua avaliação, o Brasil precisa entender o que foi negociado e qual o estado do acordo. Por outro lado, confirmou que há interesse em fazê-lo avançar. Neste sentido, explicou, a CELAC será muito importante. Em outubro, representantes do bloco se reuniram com os europeus, com o objetivo de reforçar a parceria birregional.

É possível, de acordo com Vieira, que a CELAC e a UE, promovam uma cúpula ainda no primeiro semestre de 2023, quando seriam discutidos não apenas o TLC com o MERCOSUL, mas o processo de “recuperação econômica inclusiva, equitativa e sustentável após a pandemia”, as mudanças climáticas, a gestão conjunta de catástrofes, além da agenda digital e a defesa dos direitos humanos.

O Secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, é um dos entusiastas da proposta. Ele virá ao Brasil para a posse de Lula e Alckmin, e deverá tratar do assunto no Ministério das Relações Exteriores e com o futuro Secretário de Assuntos Estratégicos, Celso Amorim.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: BlockC