Governo usará embaixadas e cargos em organismos internacionais, para acomodar perdedores e gente incomôda, começando pela ex-presidente que Lula escondeu durante toda a campanha
O futuro governo deverá usar as embaixadas do Brasil no exterior e os cargos em organismos internacionais, para exilar políticos aliados que estarão sem mandatos. O nome mais robusto da lista é o da ex-presidente Dilma Rousseff. Ela deverá ser indicada embaixadora em Lisboa ou Roma.
Aliada de Dilma, a senadora Kátia Abreu (PP-TO), ficará sem mandato em fevereiro (ela terminou em 4º lugar nas eleições para o Senado, este ano) e sem ministério. Para evitar problemas com uma pessoa cuja personalidade é, digamos, difícil, Lula deverá oferecer uma embaixada.
Abreu topa. É melhor do que nada. A questão é: qual embaixada? Ela sonha com Buenos Aires. Vale lembrar que o futuro governo pediu e o Senado deixou de sabatinar o diplomata Hélio Ramos, ex-assessor internacional de Rodrigo Maia, que está em Roma e iria para a Argentina.
No total, sete mensagens estão paradas no Senado e não devem ser analisadas. O futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deverá substituir esses nomes por outros, indicados por Celso Amorim, que será o chanceler de fato.
Outros nomes de fora da carreira diplomática que poderão ser contemplados com exílios de luxo no exterior, são o atual ministro do STF, Ricardo Lewandowski e o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, que abriu sua mansão em Brasília, para a festa de diplomação de Lula. Ele pediu para ser o Embaixador do Brasil na França.
No entanto, essa prática não é exclusiva do Brasil. No Chile, Gabriel Boric, também acomodou nas embaixadas do país, políticos rejeitados pelas urnas. Um deles, Sebastián Depolo, foi indicado para o Brasil, mas o Itamaraty atual sequer respondeu. Mauro Vieira deverá expedir o agreement, assim que der entrada no ministério.
A Bolívia é outro país que aguarda a posse de Lula para indicar um Embaixador para Brasília. Luís Arce tem usado as embaixadas do país para, segundo analistas bolivianos, “pagar as dívidas políticas”. Para o Paraguai, por exemplo, ele indicou uma ex-deputada do MAS, partido do governo.
Por Marcelo Rech
InfoRel
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