Foro de São Paulo intervém e governos condenam queda do presidente

por | dez 15, 2022 | 10h

Governos de esquerda estão preocupados com os efeitos da queda de Pedro Castillo, no Peru. Depois de tentar um golpe de Estado, o ex-presidente segue preso e será julgado no país. Em nota, o Itamaraty considerou incompatíveis com a democracia, os gestos de Castillo

O Foro de São Paulo decidiu intervir para evitar que um efeito dominó ganhasse força na região e decidiu condenar a queda do presidente do Peru, Pedro Castillo, que tentou um golpe de Estado. Na segunda, 12, os governos de esquerda da Argentina, Bolívia, Colômbia e México, pediram respeito à vontade popular em um comunicado oficial.

No entanto, os presidentes Alberto Fernández, Luís Arce, Gustavo Petro e López Obrador, não pediram a restituição de Castillo à presidência. Chama a atenção, as ausências de Chile e Venezuela, países que também são governados pela esquerda e que não firmaram o documento.

Pedro Castillo governou por 18 meses e teve de mudar o seu gabinete várias vezes para conter a forte oposição. Pertencente ao partido Peru Livre, de esquerda, ele venceu as eleições de junho de 2021, disputando o segundo turno contra Keiko Fujimori, de direita, filha do ex-presidente Alberto Fujimori.

Encurralado e à beira de um impeachment, Pedro Castillo dissolveu o Congresso e decretou toque de recolher em todo o país. As Forças Armadas não acataram as determinações e o prenderam ainda no Palácio do Governo, quando ele tentava refugiar-se na Embaixada do México. A embaixada do país em Lima, tentou negociar um asilo político para Castillo e sua família.

Pedro Castillo havia sido convidado para a posse do presidente eleito do Brasil. Após saudar a eleição do peruano, Lula e o PT silenciaram quando ele tentou fechar o Congresso e dar um golpe de Estado. No dia 7 de dezembro, o Itamaraty emitiu uma nota oficial assinalando que a destituição de Castillo deu-se pela via constitucional.

“As medidas adotadas no dia de hoje, 7 de dezembro, pelo Presidente Pedro Castillo, incompatíveis com o arcabouço normativo constitucional daquele país, representavam violação à vigência da democracia e do Estado de Direito. Espera-se que a decisão constitucional do Congresso peruano represente a garantia do pleno funcionamento do Estado democrático no Peru”, diz a nota.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: EcuRed