Os movimentos diplomáticos

por | dez 15, 2022 | 13h

Na quarta, 14, o futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, falou sobre as primeiras decisões já tomadas e que serão implementadas a partir de 1º de janeiro pelo Itamaraty. Entre essas decisões, estão as viagens que Lula fará à Argentina, EUA e China.

Nos bastidores, também continuam os trabalhos de reorganização do Ministério das Relações Exteriores e a designação de embaixadores. No momento, sete indicações feitas pelo atual governo, seguem paradas no Senado e devem ser retiradas pelo Itamaraty assim que a nova administração assumir.

Para as embaixadas mais importantes, as indicações virão de Celso Amorim, que será acomodado na Presidência da República. Para a periferia, Mauro Vieira terá autonomia. Os “bolsonaristas” que se preparem. A maioria será enviada para os grotões menos glamourosos do planeta.

Outros, serão deslocados para o mais antigo espaço burocrático do Itamaraty, o Departamento de Escadas e Corredores. Lá já “despacharam” antipetistas, simpáticos da ditadura militar e assediadores contumazes. É provável que o departamento seja chefiado por Ernesto Araújo.

E a chegada de um novo (?) governo, também faz com que as movimentações diplomáticas estrangeiras sejam aceleradas. Por exemplo, o novo Embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, que estava no México, assumiu formalmente o cargo nesta quarta, 14. A previsão era de que ele assumisse apenas no início de 2023.

O gesto demonstra o interesse da China por um encontro, o mais breve possível, entre Lula e Xi Jinping. O desbloqueio ao nome de Elizabeth Bagley, no Senado norte-americano, também expressa o desejo da Casa Branca em ter uma titular com experiência, para restabelecer as relações bilaterais.

A Venezuela já trabalha um nome bem afinado com Maduro e a esquerda, para reabrir sua Embaixada em Brasília. No Gabinete de Transição, também discutem a indicação de um nome de peso da diplomacia, para reabrir a Embaixada brasileira em Caracas.

Até mesmo a Síria, em guerra civil desde 2011, indicou uma nova embaixadora no Brasil, Rania Ibrahim Al-Haj Ali. Há tempos que a Síria busca retomar as relações comerciais com o Brasil. A expectativa é que o novo governo desperte para as oportunidades de reconstrução do país.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: Reprodução