SC consolida-se como polo de desenvolvimento de satélites

por | dez 20, 2022 | 13h

O Estado de Santa Catarina está cada vez mais se consolidando como um polo de desenvolvimento aeroespacial, integrando-se à chamada New Space, um estágio em que se sobressaem os nanossatélites, de pequeno porte, mas com grande capacidade de desempenho.

E um dos expoentes desse processo é o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, em Florianópolis, que já possui três projetos relacionados ao setor, podendo chegar a quatro nos próximos meses. O primeiro deles, o CVUB1, em parceria com a Visiona Tecnologia Espacial, deve chegar ao espaço no primeiro semestre de 2023.

De acordo com Paulo Violada, pesquisador-chefe do Instituto, “o espaço se torna mais acessível e conseguimos criar uma nova economia aeroespacial, da indústria privada. Os satélites tradicionais pesam de 3 a 5 toneladas e orbitam a 35 mil quilômetros do nível do mar; os nanossatélites têm 20 ou 30 quilos e ficam numa órbita menor, de 600 quilômetros da Terra, no caso do VCUB1. Essa nova tecnologia é muito mais barata e tem desempenho similar ao dos grandes artefatos”, explicou.

Segundo a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), o desenvolvimento da tecnologia movimenta algo em torno de US$ 14 bilhões anuais; os lançamentos, algo em torno de US$ 6 bilhões; já os serviços proporcionados pelas aplicações mobilizam cerca de US$ 250 bilhões.

Ainda de acordo com a FIESC, o VCUB será o primeiro satélite privado do país, resultado de uma parceria com a Visiona, uma joint-venture da Embraer com a Eletrobras. O projeto começou a ser desenvolvido em 2018 e está na fase de conclusão dos testes finais que antecedem o lançamento, marcado para abril de 2023.

A expectativa é que haja aplicação na geração de informações para os campos marítimo, saúde, logística, meio ambiente, agricultura, mídia, energia, educação, aviação, financeiro, clima, observação da terra, navegação satelital, comunicação satelital, além de tecnologias para viagens espaciais.

Apesar deste projeto ainda estar em fase de conclusão, um novo programa, com um satélite maior, de cerca de 170 quilos, está sendo criado. Ele envolve oito e cinco centros de tecnologia do Nordeste ao Sul do Brasil, entre os quais o Instituto SENAI e a Universidade Federal de Santa Catarina.