O governo da Venezuela, liderado pelo ditador Nicolás Maduro, indicará, provavelmente ainda neste mês, o próximo embaixador em Brasília. Apesar da improvável participação de Maduro na posse de Lula, no dia 1º de janeiro, os dois países retomarão as relações diplomáticas imediatamente.
Desta forma, o Brasil voltará a reconhecer como governo legítimo daquele país, justamente o ditador chavista. A atual representante de Juan Guaidó no Brasil, a Embaixadora Maria Teresa Belandria, encerrará sua missão no dia 26 de dezembro e permanecerá, ao menos temporariamente, no país.
Neste momento, disputam a preferência de Maduro, o magistrado Maikel Moreno e a ex-presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena. Os dois são da confiança pessoal do presidente venezuelano. Em 2017, Moreno foi eleito presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Em 1987, como membro da polícia política do regime, vinculada ao Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), ele assassinou uma mulher no estado de Bolívar. Ele ficou dois anos preso.
Em 1989, participou de outro assassinato, de um policial, mas desta vez, sequer foi acusado. Ele também é apontado como integrante da organização criminosa denominada A banda dos anões, metida em vários casos de corrupção em todo o país. Antes de chegar à presidência do TSJ, ele foi indicado por Hugo Chávez para a Embaixada da Venezuela em Roma.
Já Tibisay Lucena, ministra da Educação Universitária, desde 2021, foi a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), por 14 anos. Ela integra a lista de altos funcionários do regime chavista, proibidas de ingressar na União Europeia, EUA e Canadá. Já do lado brasileiro, ainda não há uma definição de nome, mas está certo que tanto a Embaixada em Caracas, como os consulados brasileiros em Santa Elena de Uairén, Ciudad Guyana e Puerto Ayacucho, serão reabertos ainda em janeiro.