Uma guerra de 300 dias e nenhum sinal de paz

por | dez 21, 2022 | 12h

A guerra da Rússia contra a Ucrânia, completou 300 dias e nenhum sinal mínimo de paz é percebido. Muito pelo contrário. Os EUA seguem pagando mercenários para lutar ao lado dos ucranianos, ao mesmo tempo em que envia bilhões de dólares em dinheiro e equipamentos militares.

Por outro lado, União Europeia e OTAN se mostram cada vez mais distantes, percebendo a guerra por lentes completamente díspares. Os líderes europeus seguem apostando no fracasso russo quando deveriam trabalhar efetivamente para estancar a escalada de violência.

Claro, a Rússia enfrente muitos problemas. O próprio estado de ânimo dos seus soldados se vê muito afetado. Há registros, também, de falta de provisões para as tropas e problemas com os efetivos. Moscou, no entanto, assegura que a guerra não será perdida por conta disso.

Enquanto uma luz não ascende, os EUA recebem o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na Casa Branca e no Capitólio. A visita ocorre coincidentemente quando Washington libera US$ 2 bilhões em ajudas e mísseis terra-ar, e o Congresso discute uma proposta que pretende autorizar o envio de mais US$ 45 bilhões à Ucrânia.

Seguramente, a decisão não contribui em nada para o arrefecimento das hostilidades. Muito pelo contrário. Os EUA e a Europa, seja por omissão ou ingerência mesmo, tratam de jogar mais lenha na fogueira. Eles sabem que Putin apostava em uma guerra de curta duração e que a Rússia não teria condições de sustentar a guerra.

Por outro lado, Vladimir Putin, prometeu dar às Forças Armadas do país tudo o que for preciso para o sucesso na campanha na Ucrânia. Ele deixou claro que não há limites financeiros para as Forças Armadas. Putin afirmou que os inimigos do país querem ver a sua desintegração e que a Rússia foi obrigada a usar a força contra as “provocações” ocidentais.

Por enquanto, o único cenário tangível diz respeito ao frio que os europeus passarão. Nos últimos quatro meses, a UE cortou em 20% a importação de gás, com o objetivo duplo de reduzir a dependência da Rússia e impor problemas econômicos a Moscou.

Em agosto, a Europa havia decidido cortar em 15% a compra do gás russo, quando os preços pelo produto dispararam e chegaram a 340 euros. De momento, a Finlândia foi o país que mais reduziu essa dependência ao cortar em 53% a sua importação de gás.

No início da semana, Vladimir Putin telefonou para o presidente eleito do Brasil, que o cumprimentou pela vitória em outubro. A conversa foi curta e protocolar. Putin sabe que não se resolve uma guerra em mesa de bar, mas espera que o Brasil possa, como parceiro dos BRICS, ter uma atuação positiva no caso.