Vice-chefe da ONU cobra do Conselho de Segurança o envio de força especializada ao Haiti

por | dez 22, 2022 | 15h

Nesta quarta-feira, 21, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, cobrou do Conselho de Segurança da organização, o envio de uma força especializada ao Haiti. Segundo ela, o país vem sofrendo com a violência das gangues que impedem a circulação de pessoas, bens e ajuda humanitária.

Além disso, o ressurgimento do cólera e a insegurança alimentar aumentaram em níveis altíssimos. Cerca de 155 mil haitianos estão deslocados e as crianças não podem ir à escola porque as aulas foram interrompidas.

De acordo com Amina Mohammed, o Haiti continua sendo uma prioridade para as Nações Unidas. Ela destacou que o país chega ao fim deste ano numa crise, cada vez mais profunda, bem diferente da situação que viu quando visitou a ilha em fevereiro.

Ela destacou, também, o aumento da insegurança que atingiu níveis sem precedentes, assim como os abusos dos direitos humanos. As atividades de gangues armadas aumentaram com assassinatos e estupros coletivos para aterrorizar e subjugar comunidades, ela pontuou.

Amina lembrou que as comunidades vulneráveis são as que mais sofrem. Cerca de 90% dos casos de cólera ocorrem em áreas que já registram altas taxas de desnutrição aguda grave. A vice-secretária-geral condenou, ainda, os diversos relatos de violência sexual por gangues armadas, que constam no relatório divulgado há dois meses.

Missão de Paz?

Amina Mohammed apelou para a necessidade urgente de apoio e solidariedade internacionais. Ela diz que é preciso mais ajuda da comunidade internacional e dos Estados-membros. E que é hora de intensificar e transformar a crise atual em uma oportunidade para o Haiti se recuperar mais forte.

Neste sentido, pediu aos países com capacidade para considerar urgentemente o pedido do governo haitiano de uma força armada especializada internacional para ajudar a restaurar a segurança e aliviar a crise humanitária. O Brasil comandou uma missão de paz no país, por quase 14 anos e poderia, a partir de janeiro, considerar a possibilidade de integrar uma força da ONU naquele país.