Fernández virá ao Brasil e o seu ministro da Economia já pede dinheiro

por | dez 26, 2022 | 11h

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, confirmou neste final de semana, que estará em Brasília para a posse de Lula e Geraldo Alckmin. Santiago Cafiero, ministro das Relações Exteriores o acompanhará. É possível, ainda, que Fernández faça uma escala em Montevideo para apanhar o ex-presidente uruguaio José Pepe Mújica.

O Brasil é o principal sócio comercial da Argentina e o primeiro destino das exportações industriais do país. Já a Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China e dos EUA, e o principal parceiro do MERCOSUL.

Além disso, os dois países pretendem impulsionar o relacionamento estratégico em questões nucleares, segurança regional e projeção para o Atlântico Sul, Antártica, Bacia do Paraná e Rio da Prata.

Em Brasília, Fernández espera ter um encontro reservado com Lula para acertar os detalhes da Cúpula da CELAC que irá promover em Buenos Aires, no dia 24 de janeiro. Será, segundo o argentino, a retomada do processo de integração regional pensado pelo Grupo de Puebla – Foro de São Paulo.

Financiamentos

Enquanto Fernández prioriza o relacionamento político com o Brasil, o seu ministro da Economia, Sérgio Massa, trata de dinheiro. Às vésperas do Natal, ele encontrou-se em São Paulo, com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, e o futuro ministro da Economia, Fernando Haddad.

Masse veio acompanhado do subsecretário para Assuntos da América Latina e Caribe, Gustavo Pandiani, e do chefe do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), Marco Lavagna. O Embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, rival político de Massa, não acompanhou as reuniões.

Nas reuniões que teve no Brasil, Sérgio Massa tratou da agenda comercial bilateral; o gás como energia de transição e o financiamento do comércio exterior. Ele classificou esses temas como de “interesse comum de Brasil e Argentina a serem trabalhados”.

No dia 24 de novembro, a Secretária de Energia da Argentina, Flavia Royon, e o Ministro de Minas e Energia do Brasil, Adolfo Saschida assinaram o “Memorando de Entendimento sobre o intercâmbio de energia elétrica com o Brasil”, que possibilita o uso de moedas locais para a compra-venda de abastecimento. Já no dia 13 de dezembro, Royon revelou que o Brasil, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), financiará com US$ 689 milhões, a construção do segundo trecho do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina.