Argentina e Brasil colocam a Venezuela mais próxima do MERCOSUL

por | dez 27, 2022 | 11h

A partir do dia 1º de janeiro, o retorno da Venezuela ao MERCOSUL, estará sendo formalizado. Com o apoio da Casa Rosada e a chegada de Lula ao poder no Brasil, Caracas se prepara para voltar à cena política regional. Buenos Aires já prepara, inclusive, a retomada dos voos entre Buenos Aires e Caracas.

Impedido de participar da posse de Lula, Nicolás Maduro estará na Cúpula da CELAC, que Alberto Fernández promoverá no dia 24. Os argentinos se mostram ainda mais entusiasmados e acreditam que o comércio bilateral crescerá 60%.

A Venezuela foi suspensa do MERCOSUL em 2016 por descumprir as normas democráticas do bloco. Lula já anunciou a retomada das relações diplomáticas, interrompidas pelo governo de Michel Temer e reiteradas por Jair Bolsonaro. No caso da Argentina, este ano, Fernández reabriu a Embaixada em Caracas e a entregou ao Embaixador Oscar Laborde.

CELAC

A lista de convidados da Cúpula da CELAC inclui, também, o cubano Miguel Díaz Canel e o nicaraguense Daniel Ortega. Os dois devem reunir-se com Lula para relançar as relações com o Brasil. Maduro estará presente no encontro que vai reeditar os velhos tempos do Foro de São Paulo.

Alberto Fernández pretende fortalecer-se como líder regional, uma vez que todos esses líderes, incluindo Lula, preferem o retorno de Cristina Kirchner como presidente. Para tentar ganhar a simpatia dos demais, Fernández quer, ainda, retomar os voos entre Buenos Aires e Caracas, realizados pelas Aerolíneas Argentinas e a estatal venezuelana Conviasa.

Ele também trabalhou pela reativação da Câmara de Comércio Venezuela-Argentina (Cavernarg) que estima, para este ano, um volume de comércio na casa dos US$ 300 milhões. Maduro pretende reabrir a Embaixada no Brasil, indicar um nome de peso para chefiá-la e retomar o comércio bilateral.

Caracas conta com o suporte brasileiro-argentino para reforçar o regime, isolar a oposição e manter o poder. Para Lula e Alberto Fernández, a Venezuela sob regime chavista, é uma democracia plena. O futuro chanceler brasileiro, Mauro Vieira, pensa de mesma forma.