O Meio Ambiente para o acesso aos minerais estratégicos brasileiros

por | fev 28, 2023 | 9h

No domingo, 26, o ex-senador e ex-candidato a presidente dos EUA, John Kerry, desembarcou no Brasil. Assessor Especial da Casa Branca para o Clima, ele veio, segundo a Embaixada norte-americana, reafirmar o compromisso ambiental como prioridade na relação bilateral.

De acordo com a Embaixada, a visita de Kerry à Brasília pretende “dar continuidade ao Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas Brasil-EUA que os presidentes dos EUA, Joe Biden, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, relançaram durante a reunião de 10 de fevereiro” em Washington”.

O que o governo dos EUA não diz nem quer que a gente fique falando, é que o acesso norte-americano aos minerais estratégicos encontrados, muitos deles, apenas na Amazônia, também fazem parte do pacote. Vale lembrar que, na mesma reunião entre Biden e Lula, os EUA ofereceram US$ 50 milhões para o Fundo Amazônico, um trocado perto do que podem lucrar se o Brasil permitir tamanha desfaçatez.

Nesta segunda-feira, 27, Kerry manteve reuniões no Itamaraty, com os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o também vice-presidente Geraldo Alckmin. A Secretária-Geral do MRE, Maria Laura da Rocha, participou dos encontros na qualidade de ministra interina das Relações Exteriores.

Oficialmente, os dois países conversaram sobre a colaboração mútua na mitigação das mudanças climáticas, combate e reversão do desmatamento, aceleração na transição para a energia limpa e fortalecimento da bioeconomia e sustentabilidade.

Nesta terça-feira, 28, Kerry será recebido no Congresso Nacional, onde muito provavelmente, não fará qualquer comentário acerca dos reais interesses do governo norte-americano na Amazônia. Longe da preservação do meio ambiente, Washington quer níquel, cobalto e lítio.

Com cerca de 8% das reservas mundiais de lítio, o Brasil poderá fechar um acordo permitindo que mineradoras dos EUA, explorem o minério na Amazônia. O Reino Unido, também muito interessado na preservação da região, deverá participar do acordo, por meio da TechMet, que é inglesa, foi fundada por um sul-africano, mas funciona como uma fachada para o Departamento de Estado dos EUA.

No ano passado, a empresa recebeu cerca de US$ 30 milhões para operar no Piauí. Diplomatas brasileiros em Washington, asseguram que, para a exploração de minérios na Amazônia, o investimento inicial seria de US$ 100 milhões. Até 2040, a demanda por lítio crescerá 40 vezes, segundo a Agência Internacional de Energia.

Por Marcelo Rech

InfoRel

Imagem: U.S Embassy & Consulates in Brazil