No dia 30 de maio, o Brasil receberá a Cúpula da UNASUL, que marcará o relançamento do organismo, sob a liderança brasileira. O evento vinha sendo costurado por Lula com Alberto Fernández, da Argentina, e Miguel Díaz-Canel, de Cuba. Em abril, ele assinou decreto determinando o reingresso do Brasil na UNASUL.
O Brasil abandonou a UNASUL em 2019, junto com outros cinco países, Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru. Ato contínuo, o Equador exigiu a devolução da sede, localizada em Mitad del Mundo, próxima a Quito. O Brasil deixou a UNASUL e uma dívida de US$ 12,7 milhões, referentes aos anos de 2016, 2017 e 2018.
O Brasil firmou o Tratado Constitutivo da União de Nações Sul-Americanas, em Brasília, em 23 de maio de 2008; o Congresso Nacional aprovou o Tratado Constitutivo por meio do Decreto Legislativo nº 159, de 13 de julho de 2011; o país promulgou o Tratado Constitutivo da UNASUL por meio do Decreto nº 7.667, de 11 de janeiro de 2012.
Nesta quinta-feira, 11, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participará de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, quando terá de responder sobre o tema. No dia 24, será a vez do chanceler falar sobre o retorno à UNASUL na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, onde três requerimentos, dos deputados Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Eduardo Bolsonaro e Ricardo Salles, todos do PL de São Paulo, cobram explicações a respeito da decisão.
Maduro
No entanto, a principal dor de cabeça para o Brasil, no momento, responde pelo nome de Nicolás Maduro, ditador venezuelano. Até o momento, Caracas não deu nenhuma pista sobre a sua participação no evento. Desde janeiro, quando o Brasil retomou as relações diplomáticas com a Venezuela, aguarda-se pelo reencontro entre Lula e Maduro.
Os governos do Equador e do Paraguai, já informaram que não se sentem confortáveis em participar de uma reunião com a presença do venezuelano. O atual presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, não quer saber de sentar-se à mesma mesa com Maduro, apesar do presidente eleito, Santiago Peña, ter anunciado que restabelecerá as relações diplomáticas entre Assunção e Caracas.
No dia 9 de março, o assessor especial da Presidência da República, Embaixador Celso Amorim, se reuniu com Maduro em Caracas, dando continuidade ao processo de normalização das relações bilaterais. Um dos assuntos tratados pelos dois, segundo diplomatas venezuelanos, foi justamente a recriação da UNASUL.