Chanceler defende Política Externa Brasileira

por | maio 24, 2023 | 17h

O ministro das Relações Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, compareceu à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), nesta quarta-feira, 24, onde fez um balanço dos primeiros cinco meses à frente do Itamaraty e defendeu a atual Política Externa do país. Segundo ele, o forte dessa Política Externa é a “Diplomacia Presidencial”, conduzida pelo presidente da República.

O chanceler também defendeu o reingresso do Brasil à União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) e à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). “O retorno à UNASUL é uma forma de sinalizar a nossa determinação em trabalhar pela revalorização da América do Sul como um espaço de diálogo, paz e cooperação”, afirmou. Mauro Vieira disse que o retorno ao mecanismo, por decreto, deu-se da mesma forma que a saída, em 2019, também por meio de decreto presidencial.

No dia 30 de maio, a UNASUL será lançada oficialmente em Brasília, por meio de uma cúpula em que sete dos 12 países sul-americanos, devem estar representados. Ainda não se tem qualquer pista sobre a participação ou não do venezuelano Nicolás Maduro.

“Quanto à CELAC, trata-se de um espaço privilegiado para a concepção de iniciativas concretas de cooperação em áreas em que temos desafios comuns, como saúde, segurança, cooperação científica e tecnológica, entre tantas outras”, explicou o ministro. No caso da CELAC, o objetivo é ter Cuba vinculada ao diálogo regional. Havana não aceita retornar à OEA de onde foi expulsa em 1962.

MERCOSUL – UE

Mauro Vieira explicou que o Brasil e os demais países do MERCOSUL pretendem apresentar, em breve, uma posição comum sobre as demandas adicionais apresentadas UE. “Não aceitamos que o meio ambiente seja utilizado como pretexto para exigências despropositadas, para a adoção de medidas de viés protecionista ou, no limite, para retaliações descabidas”, garantiu.

Ucrânia

Sobre a posição do Brasil em relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia, Mauro Vieira negou que o presidente da República tenha dado declarações ambíguas. Ele afirmou que o Brasil, como membro do Conselho de Segurança da ONU, condenou desde o primeiro momento, a invasão russa.

No entanto, o presidente da República chegou a acusar a Ucrânia, país invadido, pela guerra. Também sugeriu que Kiev entregasse parte do seu território como forma de colocar fim à guerra. No G7, ele tentou criar um ambiente propício para a construção de um processo de paz, mas não funcionou.

O chanceler disse, ainda, que os esforços para o restabelecimento da paz na região prosseguem e que o Brasil segue à disposição para apoiar os esforços internacionais pela criação de espaços de negociação. Se desconhece qualquer proposta brasileira para o estabelecimento de uma mesa de negociações.

O Embaixador Celso Amorim, principal conselheiro do presidente para os temas internacionais, esteve na Rússia e na Ucrânia, mas não se sabe o que foi tratado e se existem condições para o diálogo. Os EUA e a UE, por outro lado, não se mostram animados com a retórica brasileira.