UNASUL será relançada em Brasília com retiro de presidentes

por | maio 29, 2023 | 11h

Nesta terça-feira, 30, a União das Nações Sul-Americanas (UNASUL), será relançada em Brasília com a presença de 11 Chefes de Estado, que se reunirão no formato retiro, onde os protocolos são mais formais e os líderes podem conversar sobre o que desejarem.

O Brasil e mais cinco países deixaram a UNASUL em 2019. O Chile foi o único que denunciou o Tratado e, portanto, para retornar, precisa de ratificação por parte do seu Parlamento. Em janeiro, o presidente Lula assinou o decreto formalizando o reingresso do Brasil no mecanismo.

De acordo com o Planalto, deverão participar do encontro os presidentes Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela). A atual presidente do Peru, Dina Boluarte, será representada pelo presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.

Ainda segundo o governo brasileiro, serão realizadas duas sessões na terça, no Palácio do Itamaraty. Pela manhã, os convidados serão recebidos pelo presidente Lula e, na sequência, proferirão discursos de abertura. Na parte da tarde, está prevista uma conversa mais informal, em formato reduzido, em que cada presidente será acompanhado pelo respectivo chanceler e apenas um ou dois assessores. À noite, os chefes de Estado e delegações participarão de um jantar no Palácio da Alvorada.

Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fali sobre o assunto em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados. “Esperamos que dessa reunião saiam iniciativas muito concretas, voltadas para resultados palpáveis em áreas como a segurança das fronteiras e ampliação da infraestrutura física – como, por exemplo, o corredor bioceânico, fundamental para o acesso do nosso agronegócio aos mercados asiáticos”, afirmou.

“A ideia é retomar o diálogo e a cooperação com países sul-americanos. Identificar denominadores comuns. A região dispõe de capacidades que serão chaves no futuro da humanidade, como recursos naturais, água, minérios, área para produção de alimentos. Uma agenda concreta de cooperação pode ser iniciada imediatamente”, disse a Embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe, do MRE.

MERCOSUL

É possível que os presidentes também conversem sobre o MERCOSUL. A Venezuela está suspensa desde 2016 e conta com os apoios do Brasil e da Argentina, para retornar ao bloco e participar das negociações que visam fechar o Tratado de Livre Comércio com a União Europeia.

A Bolívia também conta com o respaldo político de Lula, Fernández e Maduro, para que o Protocolo de Adesão do país ao MERCOSUL, seja finalmente ratificado pelo Brasil. O texto está parado na Câmara dos Deputados desde 2017.

Outro tema que poderá ganhar força é um possível acordo comercial do bloco com a China. A proposta é defendida pelo Uruguai, mas conta com a resistência de Brasil e Argentina. No entanto, Pequim tem sido um aliado contundente de países como Bolívia e Venezuela.