A coragem do pequeno Grande Uruguai na UNASUL

por | maio 30, 2023 | 18h

O presidente do Uruguai, Luís Lacalle Pou, foi a grande estrela da cúpula promovida pelo Brasil, para o relançamento da UNASUL. Depois de celebrar a visita do ditador da Venezuela, o presidente Lula, anfitrião do encontro, foi totalmente isolado. E foi enquadrado pelo Gigante Uruguai.

O que faz a grandeza de uma Nação, pode ser o seu tamanho, o seu poder econômico e a sua capacidade militar. No caso do Uruguai, país menor que o Rio Grande do Sul, com uma população de 3,3 milhões de habitantes, a grandeza vem do seu Chefe de Estado, o presidente Luís Lacalle Pou, de apenas 49 anos.

Desde que assumiu o mandato, repetindo o pai, Luis Alberto Lacalle, o presidente uruguaio tem-se revelado um líder de direita moderado e aberto ao diálogo, ao mesmo tempo, contundente, incapaz de baixar a cabeça para os demais, mesmo sendo tão “pequeno”. Não foram poucas as vezes que colocou o puxa-saco Alberto Fernández, no seu lugar.

Um dia depois de Lula lamber as botas do ditador que assassina, tortura e prende opositores, o presidente uruguaio fugiu, mais uma vez, do script e detonou a realidade no colo do populista. A questão venezuelana não é de narrativa, mas de realidade.

“Fiquei surpreendido quando (Lula) falou que o que acontece na Venezuela é uma narrativa. Vocês já sabem o que nós pensamos com respeito à Venezuela e ao governo da Venezuela. Ora, se há tantos grupos no mundo que estão tratando de mediar para que a democracia seja plena na Venezuela, para que se respeitem os direitos humanos, para que não haja presos políticos, o pior que podemos fazer é tapar o sol com a mão”, afirmou de forma contundente.

A esquerda brasileira que bate continência para esse tipo de regime, só mostra o quanto é atrasada e envelhecida. E o Uruguai não fica na figura de Lacalle Pou. O ex-presidente esquerdista e ex-guerrilheiro José Pepe Mújica, há muito vem dizendo a verdade sobre Nicolás Maduro. Mújica que é um integracionista convicto, não doura a pílula na hora de definir o regime venezuelano: “É uma ditadura”, tem dito.

Com mandato até 2025, o presidente do Uruguai é o verdadeiro líder regional. Deixa para trás, os insignificantes Alberto Fernández, da Argentina; Lula do Brasil; Luís Arce, da Bolívia; Gustavo Petro, da Colômbia; Gabriel Boric, do Chile; Guillermo Lasso, do Equador; e Mario Abdo Benítez, do Paraguai. O ditador da Venezuela, sequer entra na lista.  No Peru, não há líder nenhum.

Ao abandonar os “punhos de renda” protocolares da diplomacia, o presidente uruguaio toca na ferida e desnuda o que está sendo construído com o beneplácito do onipresente Foro de São Paulo: um Brasil vexatório, vergonhoso e covarde, incapaz, com todo o seu tamanho e importância, de desvencilhar-se, por pura subserviência ideológica, de criminosos como Maduro e inúteis como os demais.

“Precisamos parar com essa tendência de criar organizações, vamos à ação”, afirmou o presidente do Uruguai sobre essa tara que a esquerda tem pela UNASUL, CELAC, ALBA e sabe-se lá mais o quê. Ele veio ao Brasil para dizer isso na cara daqueles que acham que estão inventando a roda, como Celso Amorim, por exemplo, a quem Hugo Chávez simplesmente desprezava por seu servilismo.

A propaganda oficial, diz que o “Brasil voltou”, mas o que vemos é um país que perde credibilidade cada vez que o seu presidente abre a boca. Ao sugerir que a Ucrânia entregasse parte do seu território à Rússia, para pôr fim à guerra, Lula deixou claro que entende muito pouco de muita coisa.