O presidente Lula confirmou, nesta terça-feira, 30, que o Brasil irá financiar a construção do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina, atendendo pedido do presidente Alberto Fernández, em fim de mandato e que não irá concorrer à reeleição em outubro.
Lula e Fernández tiveram uma reunião bilateral à margem da cúpula da UNASUL. Ficou acertado que o Brasil concederá financiamentos para permitir a exportação de produtos brasileiros, como os tubos e chapas de aço produzidos no Brasil para a segunda fase do gasoduto, no trecho Saliqueló – San Jeronimo. Partes do gasoduto do norte, também contarão com recursos brasileiros, no trecho Vila Brasileira – Uruguaiana e San Jerónimo – Santa Fé.
No total, o Brasil emprestará cerca de US$ 600 milhões à Argentina. Além disso, Lula garantiu que o Brasil irá ceder energia elétrica para o país vizinho, segundo ele, “graças à disponibilidade existente por parte das geradoras brasileiras”.
Fernández conseguiu, ainda, estender de 30 para 180 dias, o prazo para pagamento da energia adquirida das térmicas brasileiras. No ano passado, mais de 80% da energia comprada pela Argentina, foi das termoelétricas brasileiras ao custo de US$ 350 milhões.
O presidente brasileiro assegurou, também, que não existem impeditivos legais para que o BNDES retome os financiamentos externos. Nos primeiros cinco meses de 2023, a Argentina importou quase US$ 200 milhões em energia elétrica do Brasil. Desse total, 65% é de fonte hidrelétrica.
A Argentina assegura que o Brasil se comprometeu a rever as condições de pagamento e os preços de venda da energia hidrelétrica, que haviam sofrido um aumento significativo. Fernández também quer mudar o modelo de gestão da ponte internacional São Borja – Santo Tomé.