Entre os dias 29 de junho e 2 de julho, os principais líderes da esquerda latino-americana se reunirão em Brasília sob as bençãos de Lula e com ingressos pagos em dólares norte-americanos, o símbolo-mor do imperialismo que dizem combater. Claro, a 26ª edição do Foro de São Paulo, terá cara de democracia e liberdade, embora o conceito da esquerda para ambos, seja bastante peculiar.
De acordo com a organização, a entrada, por pessoa, custa US$ 50, enquanto que, para os partidos políticos, serão cobrados US$ 250. No caso do Brasil, os partidos podem usar dinheiro do Fundo Partidário, ou seja, dinheiro público. São esperados os principais dirigentes do Partido Comunista de Cuba, do Partido Socialista Unido da Venezuela e da Frente Sandinista de Libertação Nacional, da Nicarágua.
Será a oportunidade para alinhavar a coordenação regional em torno dos governos esquerdistas e frear os ímpetos da “extrema-direita”. Após as eleições de Gabriel Boric, no Chile, e Gustavo Petro, na Colômbia, o Foro de São Paulo que já dava as cartas na Argentina e na Bolívia, conquistou a joia da Coroa, o Brasil, com o retorno de Lula.
O Foro de São Paulo quer usar o Brasil como plataforma para socorrer governos à deriva, como a Argentina de Alberto Fernández. Em Brasília, à margem da agenda oficial, a esquerda discutirá como salvar a pele dos seus no país vizinho. Dinheiro, pelo jeito, não será problema. O Brasil está aí para isso.
Além disso, o evento servirá para dar palanque aos regimes autoritários travestidos de democracias. A toada será a mesma de sempre, com ataques ao liberalismo econômico, ao capitalismo, ao imperialismo. O que nunca, nunquinha da Silva, a esquerda trata é da sua essência corrupta, autoritária, incompetente e estúpida.
Com o tema “Integração Regional para avançar a soberania latino-americana e caribenha”, no melhor estilo Guerra Fria, o evento deverá contar com representantes de 23 países, incluindo EUA, China e Rússia. Ainda não se sabe em que momento do encontro, o presidente Lula participará, mas não deixa de ser interessante imaginar que discurso ele adotará. O presidente já criticou e elogiou os EUA, a China e a Rússia.