O presidente Lula, em discurso no 26º Encontro do Foro de São Paulo, nesta quinta-feira, 29, em Brasília, afirmou ter orgulho de ser chamado de comunista. Ele também exaltou ditadores sanguinários como Fidel Castro e defendeu os atuais líderes da Nicarágua e Venezuela.
Com o tema “Integração regional para avançar a soberania latino-americana e caribenha”, o Foro de São Paulo reúne representantes do México, Colômbia, Venezuela, Cuba, Nicarágua, China, Índia, Rússia, Belarus, Chile, Argentina, Equador, Bolívia, Peru, Alemanha, Turquia, Espanha, Portugal, França, EUA, Irã e Arábia Saudita.
Um dos principais objetivos do encontro é aglutinar as forças de esquerda latino-americanas para frear o crescimento da direita na região. Neste sentido, a prioridade número 1, é impedir a derrota esquerdista nas eleições presidenciais argentinas, marcadas para outubro.
Comunista
Em seu pronunciamento, Lula afirmou que “nós ficaríamos ofendidos se nos chamasse de nazista, neofascista, de terrorista. Mas, de comunista, de socialista, nunca. Isso não nos ofende. Isso nos orgulha muitas vezes. E, muitas vezes, nós sabemos que merecemos isso”, disse. “Eles nos acusam de comunistas, como se nós ficássemos ofendidos com isso”, declarou.
Por outro lado, ele cobrou uma autocrítica da esquerda. Segundo o presidente, “é preciso que a gente rediscuta o discurso da esquerda. Muitas vezes, a direita tem mais facilidade do que nós com um discurso fascista. Na Europa, a esquerda perdeu o discurso para a questão da migração”, destacou.
O presidente aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, criticar o Sistema ONU. Na sua avaliação, a relação dos países-membros precisa ser atualizada e a composição do Conselho de Segurança da entidade deve ser reformada para adequar-se à nova ordem mundial.
“A ONU não pode continuar com a mesma dimensão que tinha em 1945. É preciso aumentar os membros da ONU, com a África, com a América Latina, com os países asiáticos. E é preciso mudar os membros permanentes do Conselho de Segurança. Porque são eles que produzem armas, que fazem guerra. E sem passar pela decisão do Conselho de Segurança”, assinalou.