A exemplo do que ocorreu em maio, em Brasília, quando chutou o pau da barraca ao criticar a relativização da ditadura venezuelana, o presidente do Uruguai, Luís Lacalle Pou, fugiu mais uma vez do roteiro e criticou os parcos resultados da Cúpula do MERCOSUL. Segundo ele, “mais uma cúpula e o mundo continua avançando”.
O evento, realizado nos dias 3 e 4 de julho em Puerto Iguazú, Argentina, serviu, na prática, apenas para a Argentina passar o comando do bloco para o Brasil. De resto, os discursos de sempre em defesa da integração e da ratificação do Tratado de Livre Comércio MERCOSUL-UE. Lacalle Pou também recusou-se a assinar a Declaração Final da cúpula.
Cansado da mesmice, Lacalle Pou disse que o seu país poderá deixar o MERCOSUL se as coisas não mudarem. Também reiterou que o Uruguai buscará um Tratado de Livre Comércio com a China, estando ou não no bloco. Ele garantiu que não se trata de um capricho.
De fato, os governos de esquerda da Frente Ampla, já defendiam tanto a modernização quanto à flexibilização do MERCOSUL. Para o presidente do Uruguai, além disso, é preciso abrir o bloco ao mundo, algo que Lula, do Brasil, e Fernández, da Argentina, não querem. Lacalle Pou revelou, ainda, que o imobilismo do MERCOSUL preocupa e reconheceu que os quatro países juntos, “são mais fortes” nas negociações.
Relações
O presidente do Uruguai explicou que, com o governo Bolsonaro, o seu país conseguiu um ótimo acordo de comércio em zona franca e que, com a atual administração, avançam as negociações para a binacionalidade do Aeroporto de Rivera, a hidrovia das lagoas Mirim e dos Patos e a construção da ponte sobre o Rio Jaguarão.
Já com a Argentina, destacou a importância do pré-acordo para a dragagem do Porto de Montevideo. Ao Paraguai, ofereceu o litoral uruguaio para a sua saída ao mar.