Paraguai e Uruguai, os pequenos gigantes do MERCOSUL

por | jul 5, 2023 | 9h

Enquanto Argentina e Brasil se esforçam para maquiar e suavizar a ditadura venezuelana, Paraguai e Uruguai, os dois pequenos do MERCOSUL, se agigantam. Coube aos seus presidentes, colocar as coisas nos seus devidos lugares: a Venezuela é uma ditadura onde não há qualquer tipo de liberdade e onde pensar diferente é suficiente para ser preso, torturado e assassinado.

Em 2019, recém-empossado presidente da República, Jair Bolsonaro exaltou as ditaduras de Augusto Pinochet, no Chile, e Alfredo Stroessner, no Paraguai. Foi um péssimo começo. Ditaduras são ditaduras, regimes de exceção que violam os direitos humanos e exercem poder absoluto, com polícia secreta, torturadores de plantão e zero tolerância com a democracia.

A esquerda latino-americana, construiu a maior parte de sua história, na defesa dos valores democráticos e na derrubada dos regimes ditatoriais de corte militar. Não faz nenhum sentido, endossar o escandaloso regime venezuelano. Não há qualquer fundamento razoável para defendê-lo. Trata-se de um Estado policialesco que submete sua própria população à tirania.

Da mesma forma, não é minimamente aceitável sentar-se à mesa com ditadores. Ditadores devem ser execrados, sejam de direita, de esquerda ou do que for. Para os atuais líderes do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e do Uruguai, o jovem e valente Luís Lacalle Pou, isto está bem claro. Para Alberto Fernández e Lula, a democracia é relativa.

Até mesmo para a União Europeia, sempre tão ciosa da defesa dos direitos humanos e dos valores democráticos, apenas a extrema-direita é abjeta. Os europeus fazem vista grossa para o que acontece na Venezuela e na Nicarágua, além de lamber as botas do castrismo cubano corrupto. Os europeus fazem ótimos negócios com o regime cubano e isso é mais importante que seus supostos valores. No caso do MERCOSUL, a obsessão da dupla Lula-Amorim, de derrubar a suspensão da Venezuela para que Maduro sente-se à mesa das decisões, encontrará muitos obstáculos. Abdo Benítez está de saída e o seu sucessor, Santiago Peña, já anunciou que retomará as relações do Paraguai com a Venezuela. No entanto, Lacalle Pou, com mandato até 2025, continuará, provavelmente sozinho, a lutar contra essa excrescência.